Sabe, escrevo aqui no blog há dois anos e poucas vezes falei de mim, e apesar do meu olhar ficar impregnado em muita coisa que digo quero compartilhar um pouco mais da minha história pessoal.

Nasci Frederico André S. de Oliveira Mattos, em 24 de outubro de 1980, signo de Escorpião e ascendente Sagitário, apesar de não saber o que isso quer dizer muito, filho de André e Suely e irmão 5 anos mais novo de Andréa.

Tive uma infância tranqüila em São Paulo na Lapa de baixo onde vivi até os 25 anos.

Sempre fiz amizade com pessoas mais velhas, acho que já nasci meio velho fazendo perguntas demais sobre a vida.

Meu jeito de criança curiosa nunca diminuiu, mas fiquei mais tímido na adolescência. Meu complexo de feiura me impediu de sentir qualquer tipo de confiança legítima com as garotas. Isso me levou a passar um bom tempo da minha vida um pouco recluso e voltado aos estudos. Durante muito tempo senti vergonha de dizer que minha vida afetiva só começou aos 21 anos, mas foi assim mesmo.

Nesse meio tempo me dediquei de corpo e alma ao trabalho voluntário e a vida espiritual. Posso garantir que foi fundamental em minha formações, pois vi um mundo maior do que o meu cercado de classe media baixa.

Minha mãe era professora de matemática (tive aula com ela na 6a serie) e meu pai técnico em perfuração de petróleo e por conta disso ele viajava muito. Eles se desentendiam muito por diferenças de personalidade e eu ficava tentando encontrar maneira de uni-los. Acho que isso sempre me aproximou dos assuntos do coração.

Aos 12 anos em 1992 o plano Collor derrubou ainda mais uma padrão de vida modesto que tínhamos e eu passei a enfrentar uma realidade ainda mais apertada, pois meu pai ficou desempregado.

Unindo tudo isso eu passei a contar ainda menos com a presença de minha mãe que se dedicou integralmente a dar aulas.

Aos 16 anos meu pai teve um diagnóstico de câncer que só fui descobrir nos últimos 6 meses de vida 2 anos depois. Foi terrível, meu pai era a personificação do ânimo em casa. O ar festivo diminuiu e só vi uma pálida presença em casa.

Com a grana curta eu estudei sozinho para entrar no vestibular e passei num medíocre desempenho de terceira lista exatamente 6 meses depois de sua dolorosa morte quando eu tinha 18 anos.

A faculdade de Psicologia foi paga com o dinheiro do seguro de vida e me dediquei aos estudos com a dedicação de um pós-graduado. Eu tinha o sonho de criar uma nova abordagem da psicologia que unisse as outras escolas. Despojos desisti, era muita presunção juvenil.

A faculdade me abriu o mundo de novo após um luto difícil em que precisei resgatar tudo o que havia de bom e de ruim na minha vida familiar.

Comecei minha terapia pessoal e nunca mais parei.

Minha mente absorvia cada coisa com uma avidez sem fim. Na mesma época me encantei por uma amiga que me ajudou a descobrir as coisas do coração e foi minha namorada por 4 anos.

Já formado e trabalhando no consultório com intensidade tive muito apoio de outros colegas mais experientes que viam em mim algo além de um jovem empolgado.

Minha dedicação, persistência e bom relacionamento com as pessoas me trouxeram amizades incríveis.

Nesse meio tempo terminei o namoro de forma meio desastrosa e depois comecei um relacionamento mais desastroso ainda. Morei junto por 4 anos e ganhei experiência do que não fazer num relacionamento e do que não tolerar de companheira. Se não bastasse tomei um pé na bunda e carreguei muita magoa. Demorei 1 ano para me recuperar, mas isso me ajudou a reconstruir minha vida.

Voltei dez passos atras profissional e pessoalmente e construí uma nova pessoa, aquela que eu sei que sou hoje. Já me via mais leve, bem humorado, confiante e realizado. Construí novo circulo de amizades, dividi apartamento com o mais inesperado deles e posso garantir que de lá para cá sou plenamente feliz.

Passei por desassossegos pessoais, mas nada que um sorriso no rosto não mudasse. Pouca coisa me abatia, alias, a depressão que me acometia desde meus 15 anos era coisa do passado e já não me perturbava mais.

Finalmente encontrei o porto seguro do meu coração, Juliana, e não me lembro de ter vivido momentos tão prósperos em minha vida pessoal.

A lado profissional também não foi diferente, o blog se tornou meu canal direto de comunicação com pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo. Pude colocar para fora todo o conhecimento que acumulei unido ao que vi no consultório e em todo lugar que fui. A televisão viu alguma importância que no que falei e passou a me chamar para participações.

Meu livros foram bem recebidos e tenho mais um que será lançado em breve.

As palestras que tenho feito são a maneira que posso me expressar olho no olho e dizer coisas que nos textos não consigo (ou não posso) por dependerem de um contexto mais pessoal. Adoro esse olhar mais artesanal da vida.

Agora me dedico a fazer vídeos (conhecerão em breve) e estou escrevendo um roteiro para fazer seriados psicológicos para a internet e quem sabe para Televisão.

Meu maior sonho é levar conteúdo de qualidade sobre temas cotidianos com um olhar afiado e promover a maturidade emocional para pessoas de todo o Brasil.

Tenho recebido o apoio de muitas pessoas e agradeço do fundo do coração tudo o que tenho trocado com todos.  Cada trabalho de palestra, atendimento que faço me leva mais próximo desse sonho e posso atingir mais pessoas (tudo o que envolve imagem e produção própria é custoso) com o dinheiro levantado.

Sou um sonhador nato e quero que os sonhos se convertam numa realidade linda na vida de pessoas que nunca conhecerei pessoalmente.

Quando resolvi trilhar o meu caminho sabia que minha vida não me pertenceria completamente. Não tenho grandes bens e levo uma vida frugal, do que me resta no bolso uso para alavancar projetos maiores.

Cada vitória e desafio eu compartilho com vocês. Conto sempre com a compreensão e ajuda de todos, não quero sonhar sozinho.

Obrigado a todos por esses dois anos de blog Sobre a Vida. Quem não curtiu a Fanpage dê um pulo por lá de o parabéns para essa jornada coletiva [clique aqui]