Carta sobre a vida #1
“Trabalho numa escola católica, mas sou espírita, mas também no momento sinto tantas dúvidas em relação à minha fé que nem sei mais o que sou.
Paraiso X plano espiritual elevado, inferno X umbral, não é tudo a mesma coisa?
E se mensagens espirituais não existirem? Frequentar as missas da escola ou tomar passe no Centro. Estou numa baita confusão… As vezes penso… Vou Frequentar as duas… Mas logo vem a voz da consciência: não pode!!! Que voz é essa? Será que é Chico Xavier? Rsrssr brincadeirinha
Sei lá!! Não sei mais se quero ter um rótulo, acho que quero ser livre, mas pode??? E o céu? Se eu não tomar passe, posso ir para o umbral, os maus espíritos me acompanharão?
Dei um nó na sua mente? Hahahahah, a minha mente está num nó só e o pior, preciso dar um rótulo para os meus filhos? Eles precisam seguir este ou aquele caminho?
Boas vibrações em sua nova caminhada!”
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Querida Al.
Vamos por partes… Das mais simples às mais complicadas.
Educação religiosa dos filhos
O essencial para a educação dos filhos é, antes de tudo, o espelhamento que tem dos pais. A religião deles é o que os pais dizem e fazem. Portanto, se é Alá ou Buda, isso tem pouco relevância se os pais não forem pessoas razoavelmente coerentes. Não precisam ser luminares da humanidade, basta que haja certa coerência recheada de generosidade e afeto.
Rótulo
Realmente ninguém precisa de rótulo. As religiões são formas mais ou menos estruturadas para que a pessoa se comunique com algo que vai além dela, seja Deus, Khisna ou a busca do nirvana. Você pode transitar por onde quiser sem um rótulo, a menos que queira se aprofundar em algum tipo de prática. Mas é fundamental lembrar que a religião é um dos inúmeros meios hábeis para se alcançar clareza de pensamento e verdadeira compaixão.
Medo do destino final
Por que temer o além vida? Não é aqui que as coisas de fato acontecem? Então, ocupe-se daqui e você garante que sua vida seja feliz aqui ou acolá.
Medo da punição
Céu ou inferno? Umbral ou Nosso Lar? Isso só revela que não tem se sentido em paz com suas escolhas e tenta reduzir um destino por conta de uma ação isolada. Mérito é uma coisa simples. Faz algo agradável para alguém e se sente bem, isso é seu ninguém tira. Deixou de fazer? Então faça! Fez algo desagradável? Sem problema, faça algo agradável e volte e se sentir bem. Não há punição de fato, mas só ausência de bem estar.
Resumindo
Talvez seja mais produtivo concentrar todas as sua forças na sua relação com as pessoas ao invés de se debater com o que acontece depois da morte. Nada será mais bonito do que uma vida bem aproveitada. Quando chegar a vez de descortinar o véu de Ísis você segue a mesma coerência que usou aqui.
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