Mulheres ressentidas com homens

As vezes recebo recados estranhos de mulheres:

“Eu me recuso a servir um homem!”

“Quando ele me pediu para preparar um lanche achei um abuso”

“Onde já se viu marmanjo pedir um copo d’água”

“Se ele quer carinho tem que pedir!”

ressentida

Concordo que existe uma cultura machista que privilegia o homem como um rei que fica deitado e folgado para receber tudo de sua mulher. Entendo de coração o medo de muitas mulheres [leia mais]. No entanto, nessa tentativa de equilibrar os direitos algumas mulheres se acomodaram numa postura recuada (pseudo-politizada) de simplesmente não olhar o fato concreto no seu contexto particular.

Nesses casos que citei, ela não falavam de homens folgados, mas caras legais que retribuiriam sem nenhum problema essa gentileza feminina.

Acho tão curioso quando leio isso, pois independente de ser para homens, mulheres, adultos, idosos ou crianças acredito que o desejo de ajudar deveria ser o mesmo.

Para algumas mulheres ajudar um homem parece uma ofensa, como se não fossem pessoas normais, mas uma raça que merece alerta constante. Acho meio triste essa limitação auto imposta por conta de uma luta política legítima, mas que é distorcida no cotidiano para reforçar dramas pessoais. Será que as mulheres devem se recusar a gentilezas se o alvo do agrado é um homem?

No quesito carinho digo o mesmo pois ambos são responsáveis por dar e receber. Se a pessoa não der carinho e não receber carinho é algo problemático sendo homem ou mulher. O ponto é sempre a mulher ficar aguardando isso acontecer, pois ela pode pedir, questionar, oferecer algo de si, ou seja, não ficar parada esperando a decisão do homem. Digo o mesmo no caso deles.

Diante de um homem que você ama seria uma ofensa dar um toque amoroso como faria com sua mãe, amiga ou colega de trabalho?

Diante da contestação: “não cozinho nem morta para ele” eu respondo: “para seu filho você cozinha com carinho, seu marido merece menos amor porque é um homem? Ele troca gentilezas com você o tempo todo. Será realmente justo?”

Muitas vezes a mulher que diz isso teve uma experiência bem particular desastrosa com o “João da Silva”, ou ela própria alimenta um ciclo de relacionamentos abusivos com muitos homens, e passa a tratar toda a categoria homem como se fossem reflexos sombrios do João da Silva. Desaprovo a objetificação das mulheres como peitos e bundas. E quando se objetifica outra pessoa como “homens” (sombra do próprio passado) que não representa o fenômeno real diante do nariz?

Uma coisa é filosofia abstrata, outra é olho no olho…

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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