Como conhecer a pessoa amada pelo ex?

“Às vezes a felicidade de um homem casado depende das mulheres com quem não se casou.” – Oscar Wilde

Quando trato de relacionamentos sempre penso de forma biográfica, ou seja, um relacionamento nunca é isolado do resto da vida da pessoa e nem das histórias passadas.

Você ainda se espanta com seu ex?

Cada relacionamento, apesar de muito particular em suas delícias e loucuras, carrega um DNA psicológico de quem a pessoa é e como ela articula as soluções em sua vida.

Qual é a tendência da pessoa?

Como ela resolve conflitos?

Como ela comunica os sentimentos?

Como trata as pessoas da família do parceiro?

Sigmund Freud foi bem perspicaz quando afirmou que “quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”, ou seja, o modo como retratamos o nosso passado diz muito de nosso presente e se realmente amadurecemos ou se o tempo apenas passou.

Uma pessoa que vive falando mal do ex ainda está fixada em algum ponto daquela história e talvez ainda tenha as mesmas limitações que fizeram o problema surgir no passado. Ninguém faz um relacionamento sozinho e é muito tentador imaginar a história da suposta vítima como a versão final. Grande engano, porque essa história de vítima e bandido acontece em desenho infantil e quem acredita nela tem a idade emocional correspondente.

Todos são cúmplices ativos ou negligentes de um problema de casal. As escolhas que uma pessoa fez são parte do que ela é, portanto, descartar o passado como uma série sucessiva de erros só denuncia a pessoa que diz ter errado como alguém que não sabe fazer escolhas ponderadas. Talvez dê para deduzir que é alguém precipitado, entusiasmado, iludido ou ingênuo demais. E isso ainda pode estar presente.

A pressa que fez alguém se atirar num relacionamento anterior e quebrar a cara pode estar presente atualmente denunciando um padrão de quem adora viver grandes emoções mas não suporta a fase natural de queda.

Pessoas que tiveram relacionamentos turbulentos podem dar pistas que gostam de resolver a vida na base da “bateção de porta” sem efetivamente encarar os problemas civilizadamente.

Términos que aconteceram de uma traição (convertida em relacionamento) também podem refletir uma pessoa que tem dificuldade de encerrar uma relação disfuncional e que gosta de se sentir garantida pela entrada entusiasmada em outra história.

Ao mesmo tempo acho bobagem tentar adivinhar ou ficar fazendo escavações arqueológicas na vida amorosa do seu atual parceiro, isso é dica de autoreflexão para que você tire do seu passado valiosas lições e pistas dos seus principais pontos fracos.

Se você quer aprender alguma coisa com os seus relacionamentos passados siga um caminho simples, apenas agradeça o que de ruim e que de bom viveu. Caso fique magoado infinitamente é você quem estacionará no lugar enquanto todo mundo já seguiu em frente.

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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