“Quando um não quer dois não brigam”
O ditado é claro, qualquer briga só existe na colaboração de duas pessoas. Um relacionamento falido principalmente.
Ouço muitas mulheres reclamarem de seu parceiros como se elas estivessem completamente fora da relação, aprece que ele faz o serviço sujo sozinho.
Elas alegam engano, desconhecimento de causa, erro na escolha amorosa e impossibilidade de tomar uma decisão para terminar um grande problema conjugal. Parece que a relação está sob a tutela do outro.
Qual é o som das palmas feitas com uma mão só?
Essa pergunta clássica do zen budismo revela algo interessante, nenhum acontecimento da vida se dá isolado de outros eventos.
As brigas, falta de diálogo saudável, sexo escasso, visões diferentes, desentendimento na criação dos filhos tem sua fonte no próprio casal. Chamo isso tecnicamente de “complementação patológica”, ou seja, para todo dominador existe um submetido que realimenta essa dominação sádica.
Ninguém bate sozinho, é preciso um rosto para apanhar, assim como ninguém apanha sozinho que precisa de uma mão para bater.
Isso explica muitos casos de co-dependência entre mães e filhos, maridos e esposas, mesmo quando a relação é doentia.
Uma pessoa que tem uma estrutura de personalidade masoquista e que vê o sofrimento como prova de valor pessoal tem mais tendência à suportar limites elevados de humilhação do parceiro.
De outro lado uma pessoa com tendência perversas vai enxergar na submissa um prato cheio para descarregar toda sua hostilidade.
A razão de mulher ficarem em relacionamentos mesmo depois de uma traição ou posição de inferioridade é porque ela se sente superior ao outro. Ela usa sua condição de humilhada para justificar sua infelicidade por muitos anos. Se perguntada porque ela é infeliz dirá com convicção que é por causa do parceiro abusivo. Se questionada o porquê de sua permanência ao lado dele dirá que não sabe, mas sabe, ela se sente moralmente superior.
Uma briga de casal só acontece porque ambos querem sair com algum tipo de vantagem psicológica da discussão.
Para sair de um relacionamento doentio desse o ideal é colocar o rabo no meio das pernas, alegar incompetência e escapar das teias dessa relação de pessoas passivas e agressivas.
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