Ele pensa com a cabeça de baixo
Havia uma antiga tradição de sábios escondidos no deserto do oriente onde foram encotrados os pergaminhos perdidos e num destes textos escrito em aramaico diz o seguinte: “o homem pensa com a cabeça de baixo”.
Sabedoria milenar. Enfim, tô brincando, é óbvio que não tem nenhuma escritura antiga nisso.
Quero traduzir esse dito popular.
Óbvio que o homem não pensa por desejo sexual. Afinal desejo sexual não tem nada a ver com o pinto, pode parecer que tem, mas não tem.
O pinto é um orgão murcho que fica inflado com o que? Sangue, mas esse sangue chega lá porque? Porque o cara se sente atraído por uma sensação, imagem ou imaginação que potencialize seu sentimento de valor pessoal.
Quando um cara pensa com a cabeça de baixo ele está apenas sendo guiado pela sua vontade de ver o seu peito estufado, a cabeça erguida, seu valor pessoal apreciado e sua vaidade sendo energizada. Ele quer se sentir vivo.
Conforme o psicólogo Abraham Maslow existem níveis de valoração pessoal que os homens podem sucumbir conforme a circunstâncias.
- Necessidades básicas.
- Necessidade de segurança
- Necessidade de amor e pertencimento
- Necessidade de autoestima
- Necessidade de realização pessoal.
É muito comum ver o homem ser movido por uma carência que o faz agir apenas em épocas favoráveis, de vacas gordas e sucesso pessoal. Ele só entra quando o jogo está ganho.
Numa relação amorosa a dança do casal pode perder força em certos momentos e tornar a força do homem fragilizada. Se ele só age em épocas de alta é bem possível que ele vá procurar um lugar menos desafiador para fazer suas apostas.
É como se ele fosse brincar no quintal com as crianças ao invés de seguir no desafios com os adultos da mesma idade. Entre as crianças ele é o rei, já com os adultos…
Ao pensar com a “cabeça de baixo” ele está se movendo para um território favorável. Aquela menina nova que o cativou não sabe de seu histórico, trajetória amorosa, defeitos e ele consegue se colocar de uma forma confiante, altiva e cheia de charme. Ele ativa uma postura heróica do homem que seria capaz de matar um leão pela fêmea dele. Essa é uma posição privilegiada que ele só consegue assumir nessa circunstância e esse é o engano dele.
Depois que faz sua conquista ele até pode voltar mais confiante para o relacionamento dele, pois está impactado pelo sentimento de poder pessoal. Ao tratar com sua mulher com quem se colocava em baixa ele se assume forte e imediatamente a reação dela se modifica. Esse homem pensa o seguinte: “quando eu fico fiel e obediente ela monta em cima de mim, quando eu traio e fico arrogante ela me trata como um rei, acho que pular a cerca seria uma boa atitude!”
Pronto ele está operando com a cabeça de baixo e limitando seu raciocínio à vaidade pessoal. Noto que a cerca que o homem precisa pular é do seu egocentrismo mimado e movido por gratificação imediata. O outro lado da cerca é mais confuso, lento, menos fabuloso, emocionalmente desgastante e nem sempre compensador.
A responsabilidade não se recai sobre um homem em particular, pois nossa cultura (reforçada pelas mães) prepara muito mal o homem. Talvez nunca se tenha oferecido a chance dele poder amar sem ser correspondido dentro de suas expectativas ou de agir apesar de suas frustrações. Nem sempre sua parceira é apoiadora de suas fraquezas e exige que ele sempre seja um vencedor como a mamãe sempre sonhou.
Ele se convenceu que deve estar posicionado no alto de suas realizações sexuais para se sentir vivo. [leia mais aqui]
Se ele apenas olhasse para a vastidão de possibilidades que tem ao se direcionar pela cabeça de cima talvez ele não cedesse tanto. Todo o homem tem uma vontade genuína de trazer um real benefício para o mundo que ele habita. Que ele possa agarrar essa chance em sua mão com todas as cabeças ao seu favor.
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