“Odeio pessoa grudenta!”

“Se eu quiser alguém que aceita tudo que eu digo eu namoro comigo mesma!”

Foi assim que ela começou seu relato.

Gêmeos siameses?

“Ele não me deixa respirar um só minuto, nos conhecemos há menos de 1 mês. Isso me dá a real sensação de que não é de mim que ele gosta, mas que busca alguma coisa que sou incapaz de dar.”

A fala daquela jovem era de uma honestidade enorme. Ela até queria corresponder à intensidade do seu novo pretendente, mas nada do que fazia era o suficiente.

“Me liga inúmeras vezes ao longo do dia e me faz ter a sensação de que não tem retorno o suficiente. Gosto dele, mas não tenho espaço para me movimentar e demonstrar isso.”

Você já deve ter cruzado em algum momento com alguém que parecia amar além da conta. Chegou a duvidar que era amor e fez isso com muita razão, afinal as pessoas grudentas não amam.

O amor real precisa de um elemento chave: alteridade. É preciso ser um outro para que haja amor. Numa relação que só há uma vontade, um desejo e um sentimento não há movimento, só drenagem emocional.

A pessoa grudenta provavelmente foi alguém que passou sérias privações sensoriais ou emocionais na infância. É como se estivesse em carne viva e com uma resistência delicada.

Normalmente é muito refratária até o primeiro sinal de afeto. Basta uma demonstração de bem querência para a pessoa grudenta achar que é amada. É nessa especulação ingênua e superestimada que o pobre coração carente embarca.

Quando esse processo é disparado nada mais existe além da pessoa “amada”. Toda a sua identidade começa a sofrer uma mutação, seus gostos e hábitos se moldam na outra pessoa. Amigos, lazeres e filmes de sua preferência desaparecem para que a vontade da pessoa amada prevaleça.

O problema é o desconforto de quem é alvo dessa manifestação exageradamente entusiasmada.

O fluxo emocional necessário para que uma RELAÇÃO aconteça fica interrompido.

Como admirar uma pessoa que não faz nada mais que me admirar?

A menos que eu seja um narcisista puro, esse relacionamento fica cansativo.

“Fred, acho que sou uma pessoa grudenta, o que devo fazer?”

Não tem fórmula pronta, mas de imediato posso recomendar algo, faça alguma coisa que realmente seja sua, desenvolva hábitos e gostos que sejam realmente seus e os cultive como a sua jóia mais rara.

“Fred, acho que a pessoa que eu me relaciono é grudenta, o que devo fazer?”

Pare de alimentar esse grude, force situações em que ela precise tomar decisões. Abra espaço para que o temor da rejeição fique menor com o passar do tempo. Mas se quiser paz realmente, evite deixar que a pessoa se instale dentro da sua vida. Pode ser um caminho sem volta. Pelo seu bem e o dela…

Se tem alguma dúvida sobre pessoas grudentas talvez valha assistir esse vídeo de um programa de humor português “Gato Fedorento”.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=zqw00hCRJLA]

________________________________________________

Artigos relacionados 

“Isso nunca aconteceu comigo” – Broxar parte 2 de 2

Por que ele é tão imaturo e infantil?

Eu tenho tudo e não estou bem

As 5 fases do término de um relacionamento amoroso

Guerreiro sábio – Homem do terceiro estágio

Por que os homens querem liberdade?

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

Related posts