Como amar sem apego?

* Por Frederico Mattos 

A maior parte dos sofrimentos do coração surgem de uma dimensão pouco generosa, desprendida, livre e fluida da nossa mente. O problema é que a isso chamamos de amor, como se fosse sinônimo de apego.

Tanto é que a maior parte das soluções que se propõe ao mal de amor costumam seguir na linha de desapegar da pessoa. Imediatamente a reação da pessoa é dizer: “mas como vou me desapegar se eu a amo?”

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A idéia que se tem é que a única maneira de amar é truncada, sofrida, agarrada, ciumenta, como se a ausência de um desses elementos representassem frieza ou falta de amor.

Amor mesmo, muitos acreditam, é rasgado, agarrado ao calcanhar e com marcação cerrada. Quando a proposta de desapego vem não conseguem imaginar um amor sem esse sentimento de posse.

Ser apegado não quando você tem alguém em sua vida, mas quando esse sentimento de posse possui você. Se você é incapaz de contemplar bem-estar, alegria ou vida sem que a pessoa siga conforme suas expectativas então é de apego que falamos. Você está fixado na pessoa sem nenhum espaço de liberdade para que qualquer um dos dois se movimente.

O resultado é sempre tóxico, problemático e com final ruim. O amor surge e se alimenta exatamente dessa dimensão livre que sente espaço para crescer, se modificar, caminhar em qualquer direção.

O amor que as pessoas imaginam sentir é como um carro que nunca vira para a esquerda ou dá marcha ré. Por seguir sempre numa direção cansa o motorista que inevitavelmente desistirá de fazer qualquer viagem de longa duração nele.

Exatamente por permitir qualquer movimentação o amor maduro é altamente cativante e magnético por não pressupor uma relação acorrentada e cheia de peso.

Para treinar o desapego não é preciso se despedir de nada, a não ser da própria sensação de que a pessoa amada é imprescindível. Ambos são seres livres que resolveram seguir livres um ao lado do outro cultivando apoio, apreço e estímulo.

Que tipos de práticas podem ajudar?
– Cultivar uma vida com menos certezas absolutas
– Engessar a pessoa amada em rótulos e posições imutáveis
– Não acorrentar uma agenda sempre mútua sem espaços para práticas individuais
– Nutrir gostos pessoais e uma identidade própria
– Manter privacidade de assuntos pessoais que não queira compartilhar
– Considerar o impacto de suas ações sobre a liberdade da outra pessoa
– Pensar menos na pessoa amada sobre o que ela pode fazer para o tornar feliz
– Colocar em xeque suas seguranças, garantias e previsibilidades
– Experimente exercitar uma linguagem com menos pronomes possessivos para ver como a fala reflete a mente: meu, minha, seu, sua, nosso, nossa
– Imaginar sua vida sem a pessoa amada, como se ela simplesmente sumisse. Como seguiria em frente?
– Abandonar o ciúme como prática usual na relação de casal
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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

 

 

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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