* Por Frederico Mattos

Amor não é um sentimento aleatório e casual, já que ele acontece num contexto entre duas pessoas que se atraem em algum ponto e resolvem sustentar esse impacto inicial por mais tempo.

Ninguém se apaixona por um mendigo. O ponto de atração sempre surge por um aspecto de destaque para a pessoa apaixonada.

Cada um valoriza um aspecto na vida; existem os que apreciam beleza e sensualidade; outros valorizam caráter e personalidade; há também quem goste do estilo de vida e do contexto social.

Para que o amor dure é preciso reparar nesse ponto específico, pois existem pontos de valorização que são flutuantes ou exclusivos em certos lugares.

Se você se apaixonou pela sociabilidade de alguém provavelmente não se sentirá tão atraído quando estiverem em casa. Ou se ficou apegado na beleza talvez se desestimule numa manhã de cara amassada ou na velhice. Se ancorou seu bem querer no papel de pai/mãe que a pessoa exerce irá esfriar quando os filhos não estiverem por perto.

O enfraquecimento do amor não é um fortuito, mas resultado de uma perda gradual, ainda que imperceptível, do fator de admiração pessoal. Quem se fixou no caráter poderá se decepcionar numa época de sucessivas demonstrações de hesitação moral.

Depois de sucessivas desilusões com aquele ponto de admiração, o sentimento de amor vai enfraquecendo a ponto de desaparecer. Muitos se apegam na esperança de que a admiração pode voltar, mas na maior parte dos casos quando o vaso quebra é muito difícil, ainda que não impossível, recompor o fator de arrebatamento.

Nessa hora é que as crises forçam o casal a relembrar qual foi o ponto  inicial de entusiasmo e tentar resgatar características que estão apagadas. O que costuma acontecer é uma constatação triste de que aquela pessoa corajosa ou com brilho nos olhos desapareceu muito rápido e que nem você é mais tão interessante quanto gostaria de admitir.

O florescer do amor é muito bonito, mas o desfalecimento da admiração é muito doloroso. Diante deste segundo cenário é que os corajosos precisam seguir em frente para buscar por alguém que encanta sua vida e não se deixar arrastar numa maré de esperança vazia.

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos

Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli