Carta para uma suicida – dia #24 [sobre remédios psiquiátricos]

Sobre remédio psiquiátrico

*Por Frederico Mattos

Eu entendo o medo que muitas pessoas tem sobre remédios psiquiátricos, existe abuso de muitos usuários, efeitos colaterais, psiquiatras exagerados, industria farmacêutica desastrosa, ciência exata, especulações milhares, enfim, muitos pontos negativos.

Mas acredito que o maior problema que pega mesmo sobre remédios desse tipo é que elas parecem confirmar uma fantasia do potencial usuário de que ele perdeu a capacidade de gerenciar sua própria mente. Diferente de um diabético que precise tomar insulina para o resto da vida, o paciente psiquiátrico precisa se associar a centenas de anos de preconceito que surgem quando alguém diz que está indo ao psiquiatra. Eu entendo, de verdade.

Mas fico sempre me perguntando quanto valeria a pena sustentar certos preconceitos em detrimento de algum bem-estar pessoal. As vezes brinco que se colocassem um pouco de fluoxetina (um dos principios químicos de remédios que regulam o humor) na água de grandes metrópoles algumas pessoas seriam bem mais convivíveis.

Eu acho que no mundo ideal as pessoas poderiam e deveriam procurar terapia, soluções profundas e efetivas, práticas que alterem a natureza do sofrimento, tomem decisões importantes que as colocam em situações psiquiátricas, mas… Eu sei bem a diferença entre o que eu desejaria e o que é possível. Muitas vidas só são possíveis e suportáveis com um empurrãozinho. Elas deveriam ter acompanhamento de uma auxiliar de mudança emocional? Claro, com toda certeza, mas nem todo mundo quer ou tem estômago. As pessoas deveriam liberar o uso indiscriminado de remédios psiquiátricos? Claro que não. Existem intervenções menos agressivas e sem efeitos colaterais como a estimulação eletro-magnética (EMT)? Sim, mas ainda não são acessíveis para muitos bolsos.

Mas para vidas insuportáveis, esses recursos ajudam, incentivam pessoas que seriam pouco funcionais a terem uma qualidade de vida significativa. Portanto, quando bem medicadas, por um médico responsável e ético, elas não devem ser descartadas só por conta de preconceito e orgulho bobo. Vale tentar…
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27. Sobre Justiça
28. Sobre merecimento
29. Sobre perdão
30. Sobre recomeço

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique], Como se libertar do ex [clique aqui para comprar] e Mães que amam demais. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana.

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Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094