*Por Frederico Mattos

Sexo casual ainda parece ser alvo de preconceitos, como se fosse uma prática típica de pessoas perdidas, encalhadas ou depravadas. Estas ideias  antigas incomodam quem pratica, pois sempre parece rondar uma “aura” de coisa errada.  Infelizmente, as mulheres são as que mais sofrem com esses preconceitos. Uma visão distorcida associa sexo eventual a caráter duvidoso ou ruim. É como se uma mulher que fizesse sexo sem ter em vista um relacionamento fosse inevitavelmente digna de desconfiança; isto está longe da verdade.

Como todo sexo, o casual pode fazer bem quando é uma manifestação genuína de um desejo, de uma vontade e liberdade de expressar sexualidade. Quando vem de uma fonte de recompensa interna positiva, é uma celebração da vida. Se é fruto da vontade, pode ser um banho de recompensa emocional, afinal sentir-se desejado sexualmente é gratificante também, independente se vem de um relacionamento estável ou casual.

Quando o sexo sem compromisso pode fazer mal? Quando surge de uma atitude auto-destrutiva, de contrariedade pessoal, como forma de auto-punição ou de repúdio a si mesmo. Quando a casualidade do sexo é uma forma de se maltratar, isto pode afetar a autoestima por ser relacionamento superficial, sem que se tenha clareza se é aquilo que realmente quer. O vazio que muitos sentem depois da transa casual significa que gostariam desenvolver um laço mais íntimo e genuíno. Se a pessoa vem de uma sequência de envolvimentos descompromissados, sendo que gostaria de viver algo com mais cumplicidade e companheirismo, esse tipo de relação pode atestar para a pessoa um fracasso pessoal, como se fosse incapaz de criar uma união duradoura.

O benefício do sexo casual depende muito do momento de vida e do estado de espírito.

Você pode me perguntar se qualquer pessoa consegue desvincular sexo de amor. Não; existem personalidades que têm maior necessidade de intimidade e controle para poder se soltar sexualmente e isto as impede de ter relações sem algum vínculo mais profundo – e são essas que se machucam quando se aventuram .

Há quem pregue que sexo bom de verdade é aquele com amor, mas sexo com amor pode ser sem graça como pode ser incrível, como qualquer tipo de sexo. Aliás, a relação sexual não precisa sempre ser boa para recompensar. Sexo pelo sexo pode ser tão ruim ou bom quanto o sexo com amor e isso não é um problema.

O sexo sem compromisso, portanto, não é nem fonte de problemas ou solução para nada, é só sexo e é com o que se faz dele que os problemas podem surgir.

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique], Como se libertar do ex [clique aqui para comprar] e Mães que amam demais. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli