Se “o ano passou voando”, você deveria estar preocupado

* Por Frederico Mattos, psicólogo clínico

O tempo psicológico é um dos campos mais fascinantes pois – diferente do que pensamos – não é o mesmo para todas as pessoas, ainda que o relógio e o calendário sejam os mesmos para todos.

Imagine um dia cheio de atividades no qual você matou todos os leões como se fosse um guerreiro romano. E quando chega a noite fica com a sensação de que precisaria de mais vinte e quatro horas para viver tudo o que gostaria de ter vivido de verdade. Este dia que passou rápido é bem diferente daquele dia de férias.

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Na semana de férias você se obriga a desacelerar, deixar de checar e-mails (como se fossem todos ultra-urgentes), ver facebook do vizinho ou achar que é a pessoa mais indispensável do mundo para cinquenta pessoas simultaneamente. Essa falta de auto-demanda excessiva é que faz o tempo psicológico desacelerar, por isso o tempo de parada obrigatória no ano nos renova tanto.

Quando você se pressiona e age como um tarefeiro o tempo passa voando, mas quando você se interioriza e lida com seu mundo interno o tempo passa como deveria passar e você absorve a vida de verdade.

Se seu ano passou voando a constatação é trágica: você passou 365 dias no piloto-automático!

O que isto quer dizer na prática? Seu tempo não foi seu de verdade, o poder estava na mão das circunstâncias, suas escolhas foram irrefletidas, motivadas por demandas externas, seus projetos essenciais foram secundários e no fundo só reagiu a tudo sem se aprofundar no que realmente é importante para você.

A sensação de que “o tempo passou voando” pode até te tornar um workaholic com orgulho, mas não deveria, pois foi mais um ano no qual ele se afastou da sua rota essencial, foi mais um ciclo desperdiçado numa direção bem longínqua do que sonhou para si.

Aquela vontade de realizar um mochilão pela Europa, seguir o seu coração, tirar o que é tóxico na vida e chegar mais perto de uma estabilidade e bem-estar foram substituídos por um monte de entulho psicológico. Quando perdemos a nossa trilha interior, o resultado é sempre o desânimo, falta de energia e uma sensação de deslealdade com a nossa verdade interna.

Agora imagine isso por dez ou vinte anos seguidos. Onde você vai – ou foi – parar?

Pense com carinho nisso antes de seguir alucinado achando que é um super-herói e mande essa mensagem para aquele amigo que está sempre correndo achando que isso sim é vida de verdade!

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Captura de Tela 2014-08-26 às 10.05.17* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique]“, “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094

 

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Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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