O que você faz com o seu tempo?

* Por Juliana Baron

Falta, praticamente, um mês para terminar 2014 e o que eu mais escuto nos últimos dias são frases como “O ano passou voando”. Aí eu me pergunto, será que ele passou voando mesmo ou as pessoas estavam distraídas demais para notar.

Assisti uma palestra alguns meses atrás, aonde escutei que a todos são dadas 24 horas todos os dias e cabe a cada um utiliza-las da forma como desejar. A partir dessa escuta, vivo pensando: o que eu faço com as minhas? Como usufruo meus minutos, horas e dias?

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Hoje, resolvi estender esse questionamento ao ano porque ele também passa igual para todos. Enquanto algumas pessoas se descobrem e se tornam pais, tiram um ano sabático, dão a volta ao mundo, descobrem doenças e se curam, trocam de emprego e mudam de vida, durante o mesmo punhado de semanas e meses, outras continuam as mesmas, mergulham numa rotina monótona, adiam mudanças e encontram milhares de desculpas para continuarem iguais.

Portanto, todos têm 365 dias a partir de primeiro de janeiro, o que diferencia as pessoas é a maneira como elas aproveitarão esses dias.

Confesso que não entendo quem vive reclamando quando dezembro se aproxima, como se alguém houvesse lhe roubado os dias. Talvez seja por hábito ou por parecer importante você se mostrar ocupado ao dizer que o tempo passou voando, mas pense, o que você estava fazendo de tão automático que nem percebeu o relógio correr?

Ou por que você atribui ao tempo a responsabilidade pelo modo como tratou o seu passar?
Eu, ao contrário de muitas pessoas, não acho que o tempo passou voando porque reconheço e respeito TUDO o que aconteceu nesse ano que vem chegando ao fim. Olhando para trás, consigo enumerar milhares de experiências importantes que vivi nos últimos meses. Por exemplo, viajei para fora do Brasil três vezes, concluí duas fases do curso de Psicologia, engravidei, mudei de endereço, fiz vários cursos, fugi para São Paulo… Mas não são só de grandes eventos que um ano é feito. Nesses meses, mudei de ideia, me frustrei, aprendi lições importantes. Claro que também vivi dias e semanas que voaram no meio da rotina que me engoliu, mas não vou focar o resumo da minha vida naquilo que me faltou ou naquilo que não teve tanta relevância.

E você? Consegue listar tudo o que fez e o que aconteceu na sua vida em 2014? Será que mesmo depois de fazer essa lista, você vai continuar dizendo que o tempo passou rápido?

Acredito que repetimos a máxima de que o tempo passa rápido por costume mesmo. Porém, como também acredito demais no poder das palavras que dizemos, venho alerta-los para o fato de que um simples hábito, uma repetição, pode se tornar uma crença que pode, por sua vez, tornar-se uma verdade na sua vida.

Assim, deixo esse texto como um convite à reflexão sobre o que você estava fazendo enquanto o relógio andava com os seus ponteiros ou um convite para que você olhe para trás como uma forma de reconhecer tudo o que você fez nesse ano que passou ao invés de ficar por aí resmungando sobre a passagem do tempo.

Lembre-se que esse compositor de destinos, tambor de todos os ritmos, como já diria Caetano, estará para sempre presente na nossa vida, então, que não sejamos controlados ou escravos dele. Que o controlemos, no sentido de saber como utiliza-lo.

Vamos deixar a encargo do tempo apenas a cura. Vamos deixar a ele apenas a responsabilidade de amenizar nossas dores e saudades, não o modo como vivemos os nossos dias.

Você ainda tem um mês para refletir.

Tempo…

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Baron* Juliana Baron Pinheiro: casada, mãe, mulher, filha, irmã, amiga, formada em Direito, aspirante à escritora, blogueira e finalmente, estudante de Psicologia. Descobriu no ano passado, com psicólogos e um processo revelador de coaching, que viveu sua vida inteira num cochilo psíquico. Iniciou uma graduação para compartilhar com os outros a maravilha da autodescoberta e que acabamos buscando aquilo que já somos. Lançou seu blog “Psicologando – Vamos refletir?” (www.blogpsicologando.com), com textos que retratam comportamentos e sua caminhada no curso de Psicologia.

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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