Campeonatinhos

*Por Adriana Cubas 

Vivemos uma época interessante onde o importante é sempre estar em primeiro lugar, devemos nos destacar no que fazemos, ser uma pessoa que se desdobra em diversas atividades e palavras como erro, fracasso, perda são inadmissíveis.

Pois é, você pode não perceber, mas está sempre participando de campeonatinhos. Você deve estar se perguntando: O que ela quer dizer com isso?

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Campeonatinhos são todas as ações e intenções que você se provoca para conseguir ser o melhor. O que há errado de querer ser o melhor? Nada, mas o que motiva os campeonatinhos não é o fato de você querer ser uma pessoa melhor e compartilhar essa evolução, mas sim o ser o melhor para provar para os outros que você é bom, sem levar em consideração aquilo que de fato é importante para você. Em outras palavras, atropelando os seus valores.

Digamos que o lema da pessoa viciada em campeonatinhos seja esse: “A grama do vizinho é mais verde…vou provar pra ele que a minha é muito melhor”.

Só que o grande problema é que por trás da aparente autoconfiança, se esconde uma grande insegurança. Como o objetivo é viver para superar os outros sempre, a insegurança e ansiedade de não ser aceito, de falhar e de errar acabam sendo grandes sabotadores de seu crescimento.

Ironicamente aquele que sempre quer ser o melhor em tudo, na verdade está constantemente se boicotando.

Para ilustrar como seriam esses campeonatinhos, segue abaixo exemplos no campo profissional, afetivo e pessoal:

Exemplos campo profissional – Em uma reunião, não está interessado em saber as metas da empresa e quem são seus pares e quais as estratégias traçadas para um projeto. O importante é falar mais alto, passar por cima do que já foi feito para provar que suas idéias são infinitamente melhores do que de seus outros pares. O que vale no fim do dia é ver a cara de tacho de seus colegas perante sua “vitória”.

Exemplos campo afetivo – Ao fim de um relacionamento, o importante é vencer seu/sua ex, ficando com a primeira pessoa que cruzar, mas não só isso, postar fotos e recadinhos nas redes sociais para deixar beeeem claro que já está em outra, feliz da vida e que nem lembra mais de quem é o/a ex.

Exemplos campo pessoal – Está sempre jogando consigo mesmo, em qualquer tarefa por mais corriqueira, se impõe um desafio de forma a sempre levar vantagem, não importa como.

Todas essas situações são auto boicote, por mais que não aparentem. E por que?

Porque em todas elas, o objetivo de vencer está ligado ao ego, as aparências, e quando nosso foco caminha nessa direção, perdemos a grande oportunidade de realmente sermos melhores. Só conseguimos melhorar como pessoa, profissional e amorosamente quando sabemos perder, quando nos permitimos ser vulneráveis.

Vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário! Ser vulnerável é dar espaço para que você se conecte com sua essência, com seu lado mais verdadeiro e puro, sem julgamentos, sem preconceitos, sem armaduras. Muitas vezes com a intenção de nos protegermos de frustrações, decepções, de mantermos o controle de tudo e todos, vamos nos afastando dessa essência e acabamos presos em um casulo que vai endurecendo se não tomarmos consciência disso.

E o que são os campeonatinhos senão uma tentativa frustrada de se manter no controle de tudo?

Permitir-se perder de vez em quando, viver o luto do fim de um relacionamento, saber reconhecer que outras pessoas sabem mais do que você, não são situações humilhantes. São oportunidades de você realmente se tornar uma pessoa melhor, mais forte e realmente campeã!

E a vitória pertence aqueles que não se deixam abater pelas derrotas. Nelas se fortalecem!

 

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adriana*Adriana Cubas – Coach profissional, formada pela ABRACOACHING e pelo Behavioral Coaching Institute (BCI), fundadora da ACTUS Coaching, atriz e consultora em treinamento e desenvolvimento. Apaixonada por pessoas, suas histórias e sonhos, tem como missão ajudar e fazer parte do desenvolvimento de pessoas nas suas conquistas por uma vida mais feliz e plena. Para mais informações [clique aqui]

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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