As críticas que destroem um relacionamento
* Por Frederico Mattos
Parece ser um mal generalizado, mas quando os casais ganham intimidade sentem-se no direito de expressar opiniões mútuas como se esta fosse uma representação legítima do amor e da vontade de querer o bem da outra pessoa. O problema é entender como é pequeno o limiar entre ajuda real e crítica destrutiva mascarada de apoio ou incentivo.
Dependendo da personalidade dos envolvidos, o convívio de casal passa por oscilações emocionais mais acentuadas ou leves. Nesses altos a baixos é possível que aquela palavra de incentivo pode virar motivo de ataque e, se associada a alguma mágoa ou ressentimento, disparar uma guerra.
A crítica destrutiva gera um ciclo negativo, pois quanto mais se pressiona a outra pessoa, pior o cenário fica ao abrir mais espaço para ataques. Se o casal for composto por pessoas raivosas, invejosas, ressentidas, obsessivas ou amarguradas, tudo fica ainda pior, pois elas entram numa areia movediça de ataques e contra-ataques.
Tudo aquilo que era motivo de orgulho e admiração vai descendo pelo ralo e com o tempo o casal só consegue elencar o que de pior tem a respeito do outro. Até o elogio parece vir acompanhado de uma ressalva tóxica para cutucar a outra pessoa e mexer com o orgulho.
Lembro com clareza de um casal que era tão destrutivo que estavam sempre tensos, aprisionados pelas regras e potenciais ataques um do outro. Eles quase não respiravam aliviados quando estavam juntos. Com o tempo o tesão já não era recuperado por brigas seguidas de sexo selvagem e a admiração recíproca foi embora.
Depois de um tempo, eles se separaram e descobriram como ativavam o pior um do outro. Ele foi se relacionar com uma mulher mais leve e bem humorada e ela se envolveu com um cara menos metódico e pessimista. Parece que essas diferenças equilibraram um pouco do azedume geral.
Como uma autoestima pode sobreviver quando é bombardeada com ataques constantes de uma pessoa que tem acesso à sua intimidade mais vulnerável?
Não é fácil compreender a necessidade do fim, afinal a cobrança é tão grande que até para se separar existe um protocolo infinito, e com o tempo as pessoas se acostumam com críticas “construtivas” que não constroem nada de fato.
O que funciona de verdade, quando se quer ajudar no progresso da pessoa amada, é oferecer o exemplo consistente acompanhado de incentivos positivos e palavras doces, e não carregadas de frustração. É muito fácil projetar suas próprias frustrações sobre outra pessoa na hora de dar um apoio e pesar na mão. No processo de mudança aproveite para dar muito espaço para erros e recaídas, e além disso oferecer belas recompensas pelo avanço conquistado.
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[vimeo 124753335 w=520&h=294]* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094
Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli