“Estou desesperada, não quero perdê-lo”
* Por Frederico Mattos
Algumas pessoas me perguntam em tom de desespero como poderiam fazer para conquistar ou reconquistar alguém.
Qualquer resposta que eu desse não funcionaria por um único motivo, pois se querer alguém ao seu lado surgir de uma fonte de desespero, isso refletirá outra coisa que não o amor. Explico. Amor é um sentimento maduro que promove crescimento, evolução e bem-estar das pessoas. É diferente do apego que visa um interesse pessoal e egocêntrico; o amor cria liberdade para a pessoa amada. O amor jamais vem de uma fonte de aflição, dramaticidade e confusão.
Toda vez que você quer reaver o convívio com alguém que o deixou, mas pensa nisso com agonia, significa que não existe liberdade da sua parte para seguir a vida em paz. Isso é o sinal número 1 de que está numa relação por carência e senso de utilidade e, pior, que você não tem uma vida própria para cultivar.
Se sua vida perdeu o sentido sem a pessoa “amada”, quer dizer que você não gosta de viver em sua própria companhia ou que ela é sem graça e sem sabor. Então porque quer o convívio com outro se até você está fugindo da sua companhia? Notou o contra-senso?
Já vi pessoas ajoelhando, pedindo pelo amor de Deus, fazendo promessa, despacho, simpatia, amarração e até ameaçando de morte, tudo para não serem deixadas. De fora, estas cenas são no mínimo humilhantes, mas porque motivo seria razoável alguém levar a sério esse tipo de apelo aflito?
Relacionamentos não acabam do dia para a noite, e o que levou ao término foi uma série de acontecimentos silenciosos que culminaram num desfecho ruim. Será que só na hora de perder é que a consciência vem à tona para se tomar atitude? Não é nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo que o desespero vai arrumar uma casa completamente bagunçada.
O que vale nessa hora é esfriar a cabeça e buscar equilíbrio antes de cogitar a ideia de tentar algum tipo de reconquista
ps: desespero não é nada sexy.
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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos
Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli