* Por Frederico Mattos

Estou para conhecer alguém que realmente consiga fazer nada. Acho incrível flagrar alguém fazendo realmente nada, sem adereços, acessórios ou aditivos quaisquer.

O que a maioria das pessoas chama de fazer nada é um amontoado de ações sem muito significado que as impedem de permanecer na companhia de sua mente. Note agora mesmo, sua aba do computador tem centenas de páginas abertas esperando o tempo do nada para serem ativadas. Quando está esperando um elevador ou o ônibus, suas mãos nervosas caçam alguma coisa para se entreter. Raramente você se permite apenas fazer nada quando não há nada que precise ser feito.

Vejo muitos benefícios em fazer nada. Parece que a água turvada das nossas emoções decanta e deixa entrever que tipo de confusão carregamos. Além do mais, confere certa tranquilidade de quem consegue pensar com mais cuidado e preciosismo no próximo ato. Fazer nada permite que suas ideias serenem e encontrem lugar adequado para se encadear com outras ideias. O silêncio interior também permite que suas necessidades reais submerjam e tomem lugar daquela fuligem de ações despropositadas e apressadas.

Não sei se fazer nada salva vidas, afinal não existem tantos infartos acontecendo por aí, mas o ponto é que ninguém precisa ficar produzindo ou se entretendo o tempo todo. Essa preocupação do consumismo agora está enraizada nas nossas mentes; se não formos úteis alguma coisa parece errada.

Tome alguns minutos por dia, cinco ou dez, para fazer nada, literalmente.

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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos

Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli