Separação de bens emocionais
* Por Frederico Mattos
O mais difícil no término de um relacionamento é entender que cada um ficará com sua parte de dor e de saudade, mesmo com tudo de ruim que levou o relacionamento acabar.
Qualquer relação, mesmo as piores, foram em algum momento recheadas de ternura, esperança, desejo e companheirismo. Então quando acabam surge um sentimento ambíguo de raiva e saudade e esta última é responsável pelo enorme número de enganos e recaídas.
A saudade não é sinal de amor, mas de hábito, rotina e de consideração para com uma história que teve seus altos, apesar da maioria de baixos. Julgar que deve haver um retorno por causa da saudade é ignorar que não basta um sentimento para que a relação aconteça – e sim outras tantas qualidade humanas. O término provavelmente aconteceu por ausência de virtudes que engrandecem o convívio.
Amar e ser feliz juntos são coisas diferentes. Você poder ter desejo, vontade de ficar próximo e até estar acomodado na relação, mas isso não transforma o relacionamento em algo feliz, criativo e que faça avançar.
A dor do rompimento é resultado de um luto, de uma morte de si mesmo é da esperança de nunca mais caminhar só.
É trabalhosa a separação de bens emocionais porque envolve desmisturar uma narrativa que foi criada junta. É ter que dizer adeus para os parentes e o bicho de estimação do outro. Ter que esquecer o endereço e o número de telefone. Parar de checar a hora que chegou em casa ou se entrou no whatsapp. É deixar de referenciar cada ação para o namorado ou se envaidecer com a foto na tela do celular. Saber que o desabafo já não tem ouvidos seguros. É se tornar um caçador de companhias e ter que despedaçar sua vida para dividir entre muitos e não só um.
Até que essa fusão seja desfeita, haverá muito choro por se sentir perdendo partes de si. É desse medo que as pessoas de personalidade frágil fogem a todo custo.
Não há despedida sem luto, imaginar que esse sofrimento representa amor é uma das confusões mais comuns.
Na reta final, deixe a carga psicológica do outro com o outro e o que é seu, deixe contigo.
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* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos
Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli