“Não amo meu companheiro, mas vou aprender a amar”
* Por Frederico Mattos
Tenho duas coisas para dizer a esse respeito.
De um lado parece coisa do século retrasado, de quem não tinha opção e casava por conveniência. Esse tipo de arranjo era tão comum que exceção era quem casava por amor. Este lance de escolher o parceiro é recente, antes as pessoas se uniam com o que tinha à mão, se escolhesse muito não escolhia nada.
Mas ainda hoje sobrevivem essas escolhas que recusam escolher e vão se arrastando com altas doses de masoquismo.
O outro lado da moeda é que é possível aprender a gostar de alguém.
Acreditamos que o amor surge como uma faísca irracional e instantânea, mas é na admiração que surgem os primórdios do amor. Normalmente, essas tentativas de amar alguém são porque a pessoa parece tão legal, dedicada e companheira que merece ser amada.
Mas de outro lado a pessoa que deveria reconhecer toda essa ternura e retribuir o amor está emocionalmente entupida e não consegue se deixar entregar. Normalmente está presa na idealização de um relacionamento passado e fixada em certos padrões foguentos e intensos. Quando compara o atual pretendente, acha tudo muito terno, afetivo e pouco explosivo.
E esse é o ponto em que nada vai funcionar com a tentativa de um novo amor. É impossível desabrochar uma admiração por alguém está presente, em carne, osso e falhas se comparado com alguém que se afastou ou fugiu e permanece no reino da perfeição incompleta.
A ideia de um entrosamento perfeito asfixiará esse esforço por criar carinho, admiração, desejo e uma longa vida a dois.
Vou falar agora com você que está com essa dificuldade.
Se você já não tem impedimentos passados, então comece a reparar nos detalhes bobos que essa pessoa proporciona, enxergue a gentileza secreta dos minutos anônimos e veja nesses instantes expressão de profundidade, e não carência. Coloque outras lentes para acalentar essa chance nova, deixe a perfeição dos filmes de lado, olhe para si mesma e saia do pedestal. Pergunte-se se esse esnobismo faz sentido. Veja se sua maneira de ver o mundo pode estar restringindo o amor, descubra se sente merecimento por coisas boas. Questione se receber amor é vergonhoso.
Não é tarefa simples, mas é possível. Não espere intensidade ou algo tórrido, o amor não precisa ser fervilhante para ser amor.
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[vimeo 124753335 w=520&h=294]* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor do livro “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos.
Revisão: Bruna Schlatter Zapparoli