E se der medo? Vai com medo mesmo!
* Texto de Juliana Baron Pinheiro
Há um ano, eu JAMAIS imaginaria que viveria o momento que vivo hoje. Não, ainda não alcancei nem um décimo das minhas metas e sonhos de vida, mas antes, eles nem sequer existiam. Quem acompanha os meus textos sabe exatamente do que eu estou falando.
Nunca passei fome, sempre estudei em boas escolas, tenho uma família amorosa e um bom plano de saúde. Mas mesmo assim, com todo esse pacote que para alguns significaria a felicidade plena e eterna, faltava-me algo. Tudo que eu enumerei como vocês podem perceber, são fatores externos que até te proporcionam maiores condições para que você se sinta satisfeito e realizado, mas que nem de longe te garantem essas sensações. Porque quando verdadeiras, satisfação e realização, elas vem de dentro, da alma, do nosso âmago e derivam das nossas capacidades, da nossa essência e da nossa busca.
Sempre gostei de escrever e tenho blog há muitos anos, mas foi no ano passado que esses dois fatores se uniram e ganharam força. Principalmente depois que eu comecei a colaborar aqui. Um dia, passeando pelos blogs que me inspiravam a construir o “Psicologando – Vamos refletir?”, que era só um projeto, eu tive uma ideia, daquelas audaciosas, que se não executadas sem grandes reflexões, jamais sairão do simples campo das ideias. Encontrei um link aqui no “Sobre a Vida” que falava sobre ser colaborador do blog e mandei um e-mail, sem grandes pretensões, juro. Escrevi pro Frederico contando um pouco da minha vida e mandando alguns links dos meus textos publicados. Dois dias depois, ele me respondeu dizendo que tinha adorado o que leu e que eu estava aprovada! Simples assim.
Na época fiquei super feliz, mas acho que não tinha a real noção do que tinha acabado de acontecer. O meu blog pessoal era caseiro e eu nem tinha seguidores ou pessoas que me liam diariamente. O “Sobre a Vida” já tinha história, milhares de seguidores, um público fiel, um autor psicólogo, atuante, cheio de conteúdo e experiência pra compartilhar com as pessoas (na época eu nem tinha entrado em Psicologia ainda). E eu fiquei um tempo me questionando quem era eu, quem era a Juliana, bacharel em Direito, mãe, cheia de dúvidas, ainda na incerteza se começava Psicologia ou se peitaria mesmo a escolha de viver de escrever, pra querer colaborar num espaço já tão acessado? Porque eu não ia falar de roupa, de comida ou sobre a maternidade, eu ia falar sobre comportamento, sobre escolhas, sobre dilemas, no alto dos meus 26 anos.
Enfim, comecei a escrever para o blog, não com tanta frequência como gostaria porque demoro pra decidir um tema que considere relevante para os leitores, e desde então a minha trajetória como escritora e a minha vida em si, mudaram consideravelmente. Encontrei meu público, defini minhas metas, deixei aflorar meu dom e conquistei leitores que a cada dia me incentivam a seguir em frente.
Hoje estou no segundo semestre de Psicologia, com o meu blog a todo vapor, escrevendo mais do que nunca, trabalhando com um consultor literário no meu primeiro livro e tentando manter o foco para aquilo que eu escolhi como meta de vida: escrever, escrever e escrever!
E foi depois de conversar pessoalmente com duas leitoras especiais, ler repetidas vezes alguns comentários de leitores sobre a felicidade em receber uma resposta minha e refletir sobre alguns pedidos de ajuda enviados pela página do blog no Facebook, que surgiu a ideia desse texto. Procuro deixar claro nas minhas respostas que ainda sou estudante de Psicologia e que mesmo um psicólogo não pode diagnosticar ou tratar alguém sem conhecer ao máximo o seu histórico de vida. Mas mesmo assim as palavras me tocam. É um mundaréu de gente se dizendo perdida, desanimada, estagnada, que eu senti a necessidade de vir aqui e contar um pouco como uma ideia audaciosa mudou os rumos da minha história.
Pode parecer bobagem ou um texto apelativo, mas o cerne da questão é que, assim como eu escrevi convicta na minha primeira aparição por aqui, somente você pode fazer qualquer coisa pela sua vida. Eu sempre carreguei a escrita como uma culpa, porque ela nem de longe estava nos planos dos meus pais para mim. Mas vocês acham que alguém me pegaria pela mão e diria: “Vem cá querida, que eu vou lutar pelos seus sonhos e achar um espaço pra você num blog que vai te ajudar a dar rumo às suas escolhas.”?
Então, por um segundo eu acreditei em mim (sim, um segundo, porque até hoje ainda tropeço nas minhas crenças destruidoras), fui lá e fiz. Claro, a terapia me ajudou E MUITO! Mas psicólogo, coach, padre ou pastor nenhum pode ir lá e fazer por você. Eles apenas clareiam o caminho, te fornecem ferramentas e palavras de incentivo. O resto, só cabe a você e mais ninguém.
Por isso, com raras exceções de casos de abuso, transtornos psicológicos ou afins, te digo pra largar a pá e sair do papel de vítima das circunstâncias. Aquiete a mente, crie coragem e se permita aquele segundo de coragem e ousadia. “E se der medo? Vai com medo mesmo”. O importante é dar o primeiro passo.
Beijos, Juliana Baron Pinheiro
(Fred, sempre serei grata pela sua confiança e credibilidade em mim).
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* Juliana Baron Pinheiro: casada, mãe, mulher, filha, irmã, amiga, formada em Direito, aspirante à escritora, blogueira e finalmente, estudante de Psicologia. Descobriu no ano passado, com psicólogos e um processo revelador de coaching, que viveu sua vida inteira num cochilo psíquico. Iniciou uma graduação para compartilhar com os outros a maravilha da autodescoberta e que acabamos buscando aquilo que já somos. Lançou seu blog “Psicologando – Vamos refletir?” (www.blogpsicologando.com), com textos que retratam comportamentos e sua caminhada no curso de Psicologia.