Quando um homem toma um pé na bunda

Todo homem já tomou um pé na bunda daqueles bem lindos com marca de flecha no traseiro. Pelo menos todos os amigos que tenho em mente, inclusive eu, já se viram em maus lençois depois de passar pela fúria de uma mulher magoada, ressentida e que perdeu o brilho nos olhos aos nos encontrar.

O cenário é o mesmo, um cara transtornado, que não sabe o nome e o sobrenome, completamente alienado do mundo e pronto para fazer as maiores merdas do mundo. Desculpa o palavrão, mas não tem palavra melhor para definir o tipo de bobagem que um cara pode fazer quando se vê dispensado por aquela que considerava seu amor.

O problema dos homens em geral é que são treinados para agirem mais do que pensarem emocionalmente, portanto, quando um “acidente” sentimental acomete seu coraçãozinho de macho eles não sabem por onde recomeçar.

Primeiro, não sabem o motivo do término.

Segundo, quando descobrem não entendem.

Terceiro, quando entendem não sabem o que fazer.

Quarto, quando acham que entenderam o que podem fazer costumam estar errado.

Quinto, quando descobrem o jeito certo já é tarde demais.

Sexto, quando dão a sorte de chegar a tempo costumar repetir tudo o que fizeram de errado de um jeito diferente que vai dar no mesmo resultado, término de relacionamento.

O homem não tem saída? Não, se tentar solucionar os seus problemas emocionais com as mesmas armas que os criou.

De modo geral os problemas que os homens produzem em suas vidas amorosas se deve a total alienação de sua vida emocional em favor da praticidade cega. Se a mulher diz que está infeliz ele tenta presentea-la, se ela está com dor ele vai comprar um remédio, se ela está brava ele tenta acalmá-la. Tudo isso seria adorável se viesse acompanhado de uma boa dose de humildade, empatia e sensibilidade de penetrar o coração feminino.

Na maior parte das vezes a solução masculina é tentar eliminar o problema da frente como se fosse uma coisa concreta, palpável e nem se dá conta que a queixa das mulheres está nas entrelinhas. Ela só quer o apoio de um companheiro que a ouça silenciosamente e de forma atenta. Ela não quer um cara que reaja com acusações ou autoflagelo tomando o peso do mundo (dela) nas costas e criando um plano de negócios.

Ela quer afeto e conexão, ou seja, um homem que para ser feliz não precise estar sozinho numa estrada sob uma moto a 300 km/h. Ela quer um cara que saiba se alegrar por coisas simples e possa ver beleza e liberdade numa passeio de mãos dadas no domingo.

Riqueza, beleza, poder são desejáveis num homem, talvez, não necessariamente, pois se tudo isso estiver presente, mas ele estiver ausente não adianta. Uma mulher numa mansão, mas abandonada é como um cachorrinho preso na coleira num cubículo. Ela pode achar que tem muito espaço para fazer o que quiser, mas não terá o essencial, um cara que banque suas emoções.

Ele pode pagar uma terapia, massagem e viagens exóticas para ela cuidar dos sentimentos e trazer relaxamento para o corpo. Mas em essência, o que ela quer é sentir um preenchimento emocional de saber que mesmo nos momentos mais difíceis ela tem alguém maduro e presente ao seu lado.

Portanto, meu caro, se você tomou um pé na bunda como todo homem já tomou, não é fazendo uma planilha no Excel que encontrará uma solução, mas pelo caminho desconhecido do seu coração que não tem manual de procedimento.

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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