Cartas sobre a vida #14 – Ser ou não ser gay

Vamos dar uma força aqui. Recebi esse pedido de ajuda por e-mail.

“[quando eu era pequeno] em uma dessas viajens, um primo de segundo grau meu de 28 anos por aí, tentou me molestar, sei lá, falava escrotices para mim, um linguagem sexual que eu não conhecia até então.
Isso quando eu era mais novo, daí em diante tive varios pesadelos com isso e tal… depois voltou tudo ao normal, mas passando anos comecei a sentir algo estranho.
Estava sentindo “atração física” por homens … mas nunca tinha sentido isso , sempre gostei de mulher… minha mente ficou confusa mas de uma coisa eu tinha certeza… de que isso iria passar por q não gosto disso, não é isso que eu realmente quero
isso me perturbou e me perturba hoje (bem menos do que antes).
Porque já decidi que não é isso que eu quero ser.
Queria sua opinião, muitas vezes me sinto minúsculo do lado de amigos, por pensar que são mais homens do que eu, mesmo ja ficando com algumas garotas.
E então o que me diz?”

Vamos lá, esse assunto é bem sério e delicado para deixar de lado.

Eu já falei num post antigo que ninguém se descobre gay [leia mais], mas sim que se descobre com um tipo de desejo que não é muito comum e aceito entre amiguinhos, pais e professores.

Ele descobre que é diferente. Tenho sérias duvidas ao ouvir as pessoas falarem opção sexual. A opção de qualquer coisa costuma ser entre dois caminhos totalmente transitáveis que se abrem diante de mim. Direita ou esquerda. Desejo sexual não se escolhe. Basta ver as escolhas catastróficas que as pessoas fazem ao ficarem com o amigo malandro, o chefe abusivo, a cunhada e a melhor amiga da mulher. Se houvesse real escolha no desejo o mundo seria mais previsível.

A homossexualidade não tem nenhuma restrição com estilo de vida, maneira de se comportar, gosto musical, lugares favoritos para passear, vida social. Você não é homossexual se gosta de uma roupa, música e lugar específico. Homossexuais não patentearam nada nesse mundo, nem os heterossexuais. Tudo está aberto à todos. TODOS. Mas então, o que delimita realmente a homossexualidade?

Pode-se elencar uma série de critérios para definir a homossexualidade? Difícil dar uma resposta conclusiva.

Gênero

Para os que utilizam esse critério o que delimita a homossexualidade é a relação afetivo-sexual entre duas pessoas do mesmo sexo. Dois homens ou duas mulheres, mas o que pensar de um homem que ama uma mulher que se tornou transsexual (mudança de sexo) ou uma mulher que ama um homem transsexual (que modificou o pênis em vagina). Não sei dizer. Esse é um critério essencialmente utilizado nos Estados Unidos.

Desejo

Entrando no mundo dos desejos a definição fica ainda mais conflitante, afinal o desejo é um cão sem dono, nem sempre tem propriedade sobre si, é irracional, passageiro e amoral por natureza. O desejo não obedece regras claras ou morais estabelecidas. Um homem que sente um desejo por outro homem uma vez na vida é menos homossexual que aquele que sentiu dez vezes? Ter sonhos com pessoas do mesmo gênero define isso também? Afinal, é desejo, ainda que onírico.

Se foi algo passageiro e que depois passou está ainda enquadrado? Se oscila ou é cíclico está valendo ou não?

Amor 

Então é o amor que vai definir a questão, mas como definir precisamente o limiar do amor. Muitas mulheres amam outras sem o saber que sentiam algo mais depois de um tipo mais íntimo de carícia. Freud, o pai da psicanálise, faz um apontamento interessante sofre a ambiguidade do amor entre pessoas do mesmo sexo:

“Não posso desprezar a oportunidade de expressar, de passagem, meu espanto de que os seres humanos possam atravessar tão grandes e importantes momentos de sua vida erótica sem notá-los muito; na verdade, às vezes nem mesmo possuir a mais pálida suspeita de sua existência, ou, então, havendo-se dado conta desses momentos, enganar-se a si mesmos tão completamente no julgamento deles. […] Tem-se de admitir que os poetas estão certos em gostar de retratar pessoas que estão enamoradas sem sabê-lo ou incertas se amam, ou que pensam que odeiam quando na realidade amam. Pareceria que as informações recebidas por nossa consciência acerca de nossa vida erótica são especialmente passíveis de ser incompletas. cheias de lacunas ou falsificadas.”

Entre as mulheres a expressão do amor pode ser tão sutil que duas delas podem estar muito mais envolvidas que mera amigas e nem o perceberem. Como o desejo amoroso é mais enfatico nos genitais muitas mulheres podem passar anos se relacionando muito intimamente com uma mulher amiga inseparável que nunca avançou para além disso e o amor estar presente, sem que elas o saibam. Elas podem ter atração f’ísica sem que a excitação genital aconteça. Muitas mulheres que se denominam assexuadas ou sem desejo sexual pelos parceiros podem ter essa disposição sem o saber. O mesmo vale para os homens com “baixa” libido.

Prática sexual

Mas existem muitas discussões sobre isso, afinal o que se diz na boca pequena é bem diferente do que os manuais sobre a sexualidade dizem. No tititi do cotidiano é considerado “viado” quem dá o cu. Fui o mais descritivo possível para não parecer hipócrita e acadêmico demais. Seria o anus o divisor de água? Quando uma mulher lambe o anus do parceiro, ou estimula com o dedo seria sinal de homossexualidade? “Não, Fred, aí não”. Então o critério é o material e o tamanho? Se a mesma mulher ao invés da língua penetrasse um vibrador (estímulo artificial e grande) teria um parceiro gay?

Se o homem apenas penetrou seria ele menos gay do que quem recebeu o pênis? E se ele penetrou um travesti que parece mulher apesar de ter genitália masculina? Se apenas houve masturbação com imaginações com pessoa do mesmo sexo? E filmes pornos sem nunca ter uma relação concreta com um homem?

A frequência interfere? Uma vez na vida e nunca mais é diferente da vida inteira? E os chamados gays que se converteram religiosos e pararam de manter relações com pessoas do mesmo sexo?

Estilo de vida

Será que gay é quem vive na The Week, saunas, banheirões, parada gay, escuta Lady Gaga, Madonna, gosta da Rua Augusta e faz compras no Shopping Frei Caneca? A homossexualidade está fechada no gosto pela moda, sensibilidade estética, musical, cultural e artística? Ter gosto pelo bom e o refinado é algo gay? Barcelona, Ibiza, Grécia, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo seriam circuitos gays?

Seria bem ingênuo associar a homossexualidade a qualquer tipo de gosto ou comportamento ou lugar ainda que eles possam ser visto com maior frequência em certos lugares que outros. Um homem flamenguista, que se veste mal, ouve pancadão, nunca ouviu falar de Godard e namora fielmente seu parceiro é menos gay? Um heterossexual que gosta de culinária francesa, admira a estética renascentista, participa do apoio à Parada Gay e compra roupa para sua esposa no Shopping Frei Caneca deveria se perguntar sobre sua sexualidade?

Promiscuidade é uma atitude exclusiva de homossexuais? Cultuar o corpo ou gostar de coisas caras também? Risco aumentado de doenças infecto-contagiosas ou venéreas como HIV, hepatite, herpes, sífilis, seriam exclusividade gay? Homens que se tocam em comemorações esportivas seriam alvo de suspeita? Claro que não, afinal fala-se de comportamento de risco e não grupo de risco. Ter ou não ter filhos também não define uma pessoa.

Trejeitos

Cruzar as pernas agarradas, movimentar os punhos em exagero, ter voz mais afinada (tipo o lutador de MMA Anderson Silva), falar “gícléti”com biquinho ao invés de chiclete, usar gírias como babado, mona, “uns drink”, “a loka” são sinais de homossexualidade? Alguém que foi educado e compartilha do convívio com muitas mulheres pode ter gostos ditos femininos que não implicam na homossexualidade, como existem homossexuais que não tem nenhuma identificação como nenhum comportamento dito caricato.

Talvez nenhuma dessas características defina o desejo de uma pessoa.

Mas agora outra questão se impõe nessa conversa, quais os problemas que se encontram no meio do caminho quando a homossexualidade é um ponto estabelecido na vida de uma pessoa?

Origem

Querer determinar a origem ou a causa da homossexualidade é como definir o sexo dos anjos, uma discussão sem fim e que costuma ser um pouco inútil.

Afinal, chegar num resultado conclusivo não mudará muito a história de quem vive isso. A hipótese genética aliviaria a angústia da origem educacional e fecharia a discussão referente à influencia da mídia nesse aspecto ou de adoção por casais gays (se crianças educadas por gays se tornassem gays por si só os filhos de heterossexuais não seriam gays).

Ter sido molestado por uma pessoa mais velha do mesmo sexo não cria homossexualidade em ninguém, apenas rompe uma iniciação precoce da sexualidade. Essa experiência pode apenas ser a evidenciadora de um desejo latente, assim como um menino que foi estimulado por uma garota se apercebe de seu desejo heterossexual.

Sair do armário

Muitos que se reconheceram gradualmente quanto à sua homosexualidade notaram que algo deveria ser ocultado da maioria das pessoas. A descoberta costuma ser do preconceito e não necessariamente do sentimento homossexual. Os impasses costumam ter mais conexão com a capacidade de uma pessoa em lidar com pressão social. Se alguém é mais impressionável certamente ficará com problemas sendo homem, mulher, criança, velho, feio, bonito, pobre, rico, branco ou negro. Se uma pessoa administra melhor a opinião dos outros irá contornar mais facilmente o preconceito.

Tem pessoas que se escondem atrás da homossexualidade para justificar todo o tipo de problema que existe, mas assim agem os que tem os pais separados, os filhos adotivos, os nascidos no dia de finados, os que acham que não são amados o suficiente, enfim, qualquer um em potencial pode se esconder atrás de qualquer justificativa.

É um desafio à mais ter que lidar com olhares hostis durante uma vida simplesmente porque não cumpriu as expectativas sociais do homem ao lado de uma mulher. Viver na clandestinidade pode ser uma prisão para muitos, mas há também os que convivem bem em não ter que alarmar sua condição sexual. Os radicais gritarão alto quanto à dificuldade em se sentirem aceitos e respeitados em certos ambientes, mas isso varia de acordo com a necessidade de aceitação incondicional que cada um estabeleceu para si.

Por conta do sentimento de exclusão que muitos nutrem é comum se fecharem nas comunidades de convívio. Um estudo feito por  Marcy Adelman sugeriu que os homossexuais que saem da clandestinidade tem menos chance de desenvolver depressão, ansiedade e somatização. Nem sempre a segurança de manter sua vida pessoal oculta vale ao perder espontaneidade, leveza e se fixar num papel mais rígido e superficial.

Nem sempre é recomendável “sair do armário”, afinal em certos contextos e culturas isso pode gerar real perigo de sobrevivência, sociabilidade e apoio familiar. Em culturas e cidades mais carregadas de preconceito e violência homofóbica pode-se pagar com a vida um ato de ousadia e cada um vai decidir que risco quer enfrentar. Não há regra.

Família

Na adolescência esse jovem se vê num impasse sem fim sobre quando, onde e como contar para os pais que sente algo por alguém do mesmo sexo. As vezes faz um teste com amigos mais próximos até chegar (quando chega) a informação nos pais. As reações são sempre inusitadas, algunas casos aquilo se tornou algo “normal”, tem os revoltados e os inconformados silenciosos (que fingem não se importar, mas se importam). O problema dos pais é aceitar que aquela expressão pessoal não tem a ver com falta de caráter, falha educacional ou coisas do gênero.

Querer que tudo seja perfeito e todos saiam cantarolando alegrias é um engano, mas duvido de comentários dos pais do tipo: “eu não tenho preconceito, mas o mundo está cheio deles e tenho medo que você vai sofrer”. Parece até um pedido para voltar atrás e reconsiderar a “decisão”. Grande engano, são eles negando para si mesmos o incomodo pela condição do filho.

Sempre recomendo para os adolescentes que não se debatam tanto sobre o momento ideial, pois não haverá. O ideal é que não tenha tempo ou jeito certo de comunicar, mas tem um jeito melhor de encarar o veredicto que pode ser suave ou bruto… O ponto é não fantasiar que tudo vai mudar por conta da revelação “final”. Sua vida não será perfeita depois da revelação (como a de ninguém é mesmo sem surpresas do gênero), até porque relação de pais e filhos não é fácil sendo eles hetero ou homossexuais.

Não acho que se deva também querer que os pais aceitem essa situação goela abaixo de um dia para o outro. Será até comum esse assunto nunca mais ser tocado pelo resto da vida como um assunto resolvido proibido.

Preconceito 

Já falei sobre preconceito aqui [leia mais]] mas é bom ressaltar algo que fica como uma herança psicológica em homossexuais já assumidos.

Existem culturas mais abertas à expressão da sexualidade como nas grandes metrópolis. Por isso muitos buscam a vida nas cidades grandes para poder vivenciar a liberdade de expressão sexual. O grau de tolerância varia de lugar para lugar, desde aqueles que vivem com esposas de aparência (ou simulam ser pegadores experientes) até aqueles que nunca se casam e vivem “sós”.  Sempre existe uma história oficial para encobrir os fatos: muito tímido ou muito estudioso ou dedicado à religião, não encontrou a mulher certa ou tem uma namorada escondida. Para as mulheres é interessante falar da amiga que divide os custos do apartamento ou que está à espera do homem ideal. Muitos pais guardam essa história oficial mesmo tendo o filho declarado sua condição naquela esperança vã de que é “só uma fase”.

E vamos combinar, que o maior alvo de desagrado é gente infeliz, se você não é sempre corre menos risco de sofrer preconceito.

Homofobia

Devemos ressaltar que homofobia não é apenas o medo ou a rejeição ligados à uma relação homoerótica, mas à confusão de gêneros. Por exemplo, é muito comum verificar um incômodo com o fato de um homem “dar o cu”ou seja, agir como uma mulher, ou com uma mulher que age mais abrutalhadamente e ser confundida com um homem. A homofobia tem uma função psico-social (ainda que não se admita isso) de dar um caráter de verniz e superioridade normativa à heterossexualidade.

Ela também cumpre o papel para o heterossexual de negar para si próprio qualquer desejo homoerótico, ou seja, um dos mecanismos de defesa chamado projeção. Vê-se no outro em exagero aquilo que se quer negar em si e quando se atribui pensamentos e sentimentos aos outros que se reprime em si mesmo. Por isso, quanto mais visibilidade a homossexualidade tem maiores são as reações contra ela já que acabam encarnando o papel de bode expiatório que em outros momentos históricos foi atribuído aos negros, índios, judeus, nordestinos ou pobres.

A homofobia ainda serve para diminuir a banalizar a homossexualidade por meio de simplificações e esteriótipos. É mais fácil pensar que a “bixice” está lá fora naqueles “maricas” afeminados e que se fantasiam do que imaginar que pode estar mais perto (ou dentro) que se gostaria. É mais fácil rir ou tratar com pseudo-intimidade o “amigo gay” para se ver livre do receio da homossexualidade como algo ameaçador.

Como são alvo de agressões veladas e explicitas (bullying) muitos homossexuais acabam lidando muito mal com a raiva e acabam tendo duas reações, reprimem (sendo gentis ao extremo, autoflagelando-se , deprimindo, suicidando) ou deslocam para fora (com sentimentos de paranóia, intolerância ou temperamento irritável).

Há também os homossexuais homófobos que se manifesta para muitos de forma diferente como a dificuldade de expressar afeto e carinho aos seus parceiros, ainda que vivam por anos com eles. Outros ainda expressam isso com uma certa desconfiança e repulsa por si próprios, chegando à extremos de autodestruição. Muitos partidários de práticas como roleta-russa (surubas que existem pessoas contaminadas com HIV sem que se saiba quem) estão expressando a mais alta forma de homofobia interiorizada em autoflagelo. Não é incomum ver muitos homossexuais serem usuários frequentes de drogas como forma inconsciente de agredir aquilo que não aceitam em si mesmos.

Existe sempre um resquício de paranóia como resultado da infância fugídia. Muitos homossexuais criam preconceitos entre eles como as “bixas” magrinhas, feias, pobres, ou contra os travestis, ou contra eles mesmos. Muitos acabam se vendo inferiorizados mesmo quando não o são. Ou seja, nem quem é alvo de preconceito se livra dele.

A homofobia pode criar um sentimento (muitas vezes validado pela realidade) de que estão em desvantagem em relação aos heterossexuais. Muitos viveram isolados e fechados desde cedo, e quando são adultos costumam se manter distantes de certos convívios familiares, escola, filhos onde os heterossexuais transitam com facilidade. Gays ou lésbicas de forma geral se sentem desconfortáveis no convívio com homens heterossexuais que são os principais (e potenciais) agressores.

Essa sensação confusa de inferioridade pode gerar também uma hipercompensação em que muitos se dedicam radicalmente à certas áreas específicas de interesse para se destacar dos demais e ter alguma chance social de apreciação e ganho financeiro. Alguns se tornam arrogantes ao extremos como forma de compensar seu sentimento negado de inferioridade. Outros tentam se mostrar excessivamente agradáveis (dificuldade de dizer NÃO e impor limites) e amáveis como forma inconsciente (comum à grupos minoritários) de atender a demanda das demais pessoas (grupo majoritário).

Busca de um parceiro

Vejo essa queixa bem disseminada entre pessoas de forma geral: “tá difícil encontrar pessoas decentes para se relacionar”, e não é exclusividade do mundo gay. Não sei dizer se promiscuidade e alta rotatividade de parceiros é mais alta nos homo do que entre heterossexuais.

Acredito que muito do ciume e da crença na promiscuidade do parceiro seja decorrente da homofobia reprimida daqueles que acham que “todo gay é promíscuo”, menos ele que está acima dos demais (sentimento de inferioridade projetado no outro).

Em resumo.

O mundo está mais pruralista, mas ainda carece de muita atenção para as entrelinhas. É mais fácil alegar uma trajetória de problemas inevitáveis para os gay do que encarar a vida aqui e agora. Ninguém pode afirmar com todo a certeza que uma vida gay será necessariamente cheia de problemas e catástrofes… {leia mais}

Na vida como ela é ninguém dita ordens ao que torna uma pessoa feliz, nem o que diz na bíblia, a família, a sociedade, o Estado, os amigos, enfim, só aquela pessoa tem pátrios poderes para ceder ou refrear a sua vivência, seu desejo, seu amor, sua prática e estilo de vida homossexual, seja ela qual for.

Quando tentamos ditar o que uma pessoa deve fazer em matéria de sexualidade entramos num terreno lodoso. Tentar normatizar a ideia da homossexualidade tendo como referência a heterossexualidade pode parecer super valoroso à princípio, mas acho que devemos entende-la com suas diferenças singulares. O cuidado é com a hierarquização, afinal muitos gays se sentem mais evoluídos que os heteros e muitos heteros acham a homossexualidade uma anomalia que deveria ser extirpada da sociedade. Ao tentar colocar tudo no mesmo balaio pode-se correr o risco de criar uma altitude maior entre um e outro por conta do contraste. Ainda acho que conversar, discutir, debater, criar e recriar nossos conceitos de DIVERSIDADE é fundamental para vivermos numa sociedade mais acolhedora.

 

Enfim, meu caro, acho que não dei nenhuma resposta muito sólida, mas acho que tentei trazer algumas luzes para a história toda, que ajudasse não só a você (que é a única pessoa que pode trilhar o seu caminho) e a outros mais que lerem esse relato. Boa sorte!

 

 

About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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