“O trabalho é minha vida”
A mania das grandes metrópoles de levar o trabalho excessivamente à sério vem camuflando um mal silencioso na vida de muitas pessoas.
Quando olhamos agencias de publicidade e bancos podemos ver claramente o que estou falando. O horário de trabalho oficial se encerra em torno de sete horas da noite, no entanto a grande maioria das pessoas estende sua rotina noite à dentro. Com certo ar de esnobismo os que ficam até bem tarde olham para os que saem mais cedo e bufam internamente: “preguiçoso!”
Desculpa informar uma coisa para você, meu amigo que trabalha interminavelmente naquilo que diz que ama: você tem alto potencial de infelicidade!
Não que eu seja contra trabalhar e nem deixar de fazer aquilo que se ama. Amo meu trabalho e tenho horários bem atípicos, mas a pessoa que abre mão de sua vida pessoal para ficar interminavelmente enfurnada na empresa está se privando de uma parte essencial da sua vida. E deve haver algo que ela está evitando fortemente.
O trabalho oferece maneiras bem esteriotipadas de agir. Todas aquelas métricas e etiquetas que as pessoas seguem à risca e vão passando de geração em geração. Alguns levantam bandeiras gloriosas chamando isso de cultura organizacional. Acho louvável, desde que essa cultura não sequestre a alma da pessoa que trabalha ali.
Grande parte das empresas tem seus funcionários como reféns de um ideal (alta performance) que sobrecarrega todos os minutos a ponto de criar um constrangimento naqueles que querem ter vida própria.
Degustar um café com tranquilidade, poder caminhar para pensar, andar de mãos dados com o marido, apertar a bochecha do filho, fazer cafuné no cachorro de estimação, enfim, aqueles detalhes maravilhosos e impagáveis que uma pessoa pode degustar na vida ficam em milésimo plano.
E porque muitas pessoas se deixam sequestrar voluntariamente? Todas diriam que é questão de sobrevivencia, mas o que eu noto é que grande parte faz isso porque teme a vida pessoal.
Na vida pessoal não existe regra clara, não tem arbitro para apitar o penalti e nem Arnaldo Cesar Coelho para comentar a jogada. Ali é você com você. Deverá saber como administrar seu tempo, suas relações e que tipo de vida levará.
No trabalho ela pode reclamar que o motivo de sua infelicidade é seu trabalho e quando está fora vai dizer que não consegue usufruir da vida por causa do emprego e que está sempre na correria.
Na vida pessoal você ainda pode tentar culpar o seu trabalho, mas no fundo sabe que não pode culpar ninguém.
Tiro essa prova quando as pessoas vem me relatar suas férias merecidas. Algumas mal conseguem descansar de verdade. Mesmo numa praia paradisíaca conseguem implicar com o vendedor de côco, se indispor com o gerente do hotel e querer limpar o banheiro melhor que a faxineira. Descolam um tempo para falar mal dos outros hóspedes até que passados 7 dias já estão inquietas e com os pés nervosos implorando (sem o saber) pela rotina profissional quadrada e etiquetada.
Nas férias terão que olhar para a qualidade a desejar do casamento, a má educação dos filhos, para o corpo nada saudável e a própria incapacidade de gozar de tranquilidade.
O brasileiro que é um povo que adora feriados consegue estragar quatro dias ininterruptos de puro ócio com suas demandas e neuroses.
Portanto, eu rezo pela alma dos workaholics de plantão que adoram pregar a trabalho como felicidade de tempo integral. Amo meu trabalho, de verdade, mas não abro mão de levantar os pés descalços em casa acompanhados de um cafuné.
E mesmo para isso é preciso ter uma habilidade em produzir felicidade.
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