“Sou um coitadinho”
*Texto escrito por Marcos Bauch
Falei um pouco sobre como usamos muletas psicológicas [leia aqui]
E uma das conseqüências de levarmos as ‘muletas psicológicas’ muito a sério é o surgimento da autopiedade. Ela surge quando acreditamos tanto nas desculpas que criamos que elas acabam nos definindo.
Se vocês conseguiram responder à pergunta do ultimo texto, tentem agora enxergar se essa desculpa, criada pela mente, esta definindo seu modo de se postar e agir no mundo. Quanto de autopiedade existe nas suas desculpas?
Voltando ao exemplo do texto anterior: “Eu teria todas as desculpas aceitáveis do mundo para ficar em casa assistindo TV o tempo todo, num sedentarismo crônico, e isso não seria mal visto por ninguém, afinal, ‘ele anda de muletas’”.
E se eu realmente acreditasse nisso e começasse a desenvolver uma autopiedade perante a situação? “Coitado de mim. Sou um aleijado que não deve nem tentar coisas novas porque pessoas que andam de muletas não precisam disso.”
Este é um exemplo extremo, pois é fácil enxergar a causa e a conseqüência, a desculpa e o resultado.
E o que acontece com as desculpas mais sutis que criamos para nós mesmos? Desculpas nas quais não é tão fácil apontar a causa e a conseqüência e por isso mesmo mais sujeitas à autopiedade?
Embora no exemplo acima eu tenha explicitado um pensamento de coitadinho, a autopiedade não surge como entidade própria na maioria das vezes. O que surge no lugar dela, na verdade, é um freio nos seus impulsos ou na sua vida.
“Estou bem assim. Qual o problema em ficar na minha zona de conforto pelo resto da vida?”
A autopiedade ou a Síndrome do Coitadinho vem da sua própria mente te dizendo que você não deve fazer tal coisa porque, afinal, é o que você sempre diz para justificar os seus atos.
É como se, ao justificar a sua não-ação, o tempo todo, você estivesse treinando o seu cérebro a reconhecer aquilo como verdade e a te dizer exatamente a mesma coisa quando você menos espera. É aquela pequena voz que surge na sua cabeça quando você está no limiar da sua zona de conforto: a um passo de romper os seus limites e pisar novas terras.
Uma vez que acreditamos demais numa ‘muleta psicológica’ acabamos ‘vestindo’ tal característica como sendo nossa verdade.
“Quero muito visitar a Europa, mas só consigo ir ao banheiro aqui em casa.”
Percebam que a autopiedade é o instrumento mais poderoso que nossa mente tem para nos manter na zona de conforto, afinal, toda mudança gera medo e desconforto e tentamos nos proteger disso. A jogada é perceber que tentar se proteger das mudanças, tampouco te garante alguma segurança.
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*Marcos Bauch é nascido no interior da Bahia, mas é viajante do mundo e atualmente reside em Brasília. Esse cara leva a vida como ninguém, praticando todo tipo de loucura boa como bungee jump, para-quedas, rafting, rappel, maratonas aquáticas! Mijou em todos os oceanos do mundo fazendo isso. Um baita orgulho de contar com as palavras dele aqui no Sobre a Vida. Ele escreve suas aventuras emDe muletas pelo mundo – o mundo é pequeno para quem viaja [leia mais].
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