Constelação Familiar de Bert Hellinger – A verdadeira grandeza

Já falei nos artigos anteriores sobre a criação das Constelações Familiares, da primeira lei do amor que trata sobre o Pertencimento e do equilíbrio entre dar e receber.

Nesse artigo falarei sobre a hierarquia. Já falamos que o amor tem uma ordem e que sem essa ordem o amor corre desgovernado nas relações familiares e de casal. A ordem natural é os que vieram antes tem prioridade sobre os que vieram depois. Os mais velhos têm prioridade sobre os mais novos.

 

Os pais vêm primeiro e os filhos vêm depois. Na prática quer dizer que os pais são grandes e os filhos são pequenos. A relação dos pais é a prioridade numa família e os filhos vêm depois para completar o sentido da união do casal. Os pais dão aos filhos e os filhos recebem.

Quando os filhos se sentem maiores, mais importantes e mais capazes que os pais e se portam como se os pais fossem incapazes isso fere esse princípio. A alma do filho sente um desconforto que se manifesta em forma de sofrimento autoimposto.

A arrogância dos filhos acaba sendo sentida por estes numa vida com fracassos, doenças e destinos difíceis.

Na medida que o filho exige dos pais o que acredita que não recebeu isso cria uma desordem na hierarquia, pois o filho se sente no direito de reivindicar o amor dos pais. Com o tempo passa a não querer mais receber o que os pais têm a dar e se torna amargo e duro consigo.

Entre os relacionamentos existe uma hierarquia também, só que diferente.

Quando um filho sai de casa e se une a sua esposa e forma sua família essa família atual tem prioridade sobre a família anterior (pai e mãe). A desordem dessa hierarquia é muito comum e é motivo de queixas freqüentes nos casais.

Quando o filho homem se casa e, no entanto, tem a sua mãe com mais prioridade que sua esposa essa é uma desordem. Ou quando a filha mulher ainda fica presa em sua mãe e seu pai e não se entrega plenamente para seu marido. Esses filhos fazem isso inconscientemente, pois sentem que precisam retribuir tudo o que receberam dos pais, quando na verdade precisam passar isso adiante para a esposa(o) e sua família atual.

A maior solução para esses casos é reconhecer a grandeza dos pais, mas honrar a escolha amorosa atual.

Nas famílias atuais existem muitos recasamentos.

O segundo relacionamento tem prioridade sobre o anterior, no entanto, se houve filhos da primeira relação estes tem prioridade sobre o segundo relacionamento. Muitas esposas casadas com os homens que já tem filhos de outras relações exigem que o marido corte ou diminua a relação com os filhos de outro casamento. Isso causa uma desordem, pois os filhos vieram primeiro e a segunda mulher veio depois. Além disso a segunda mulher precisa assumir que é a segunda na vida do marido e que este teve uma primeira mulher, mãe dos filhos deles. A segunda mulher é prioridade frente a primeira mulher, mas é preciso reconhecer-se como a segunda. Essa tarefa é muito difícil para homens e mulheres: reconhecer que os ex fizeram parte da vida dos parceiros.

Essas hierarquias são fáceis de entender, pois respeitam uma ordem temporal, mas são difíceis de praticar se não houver humildade.

Filhos que se arrogam o direito de mandar na vida dos pais ou de exigir tudo desses por longos anos da vida acabam se impondo (inconscientemente) uma vida turbulenta e cheia de dor.

Mas quando conseguem reconhecer a grandeza da vida e perceber que isso é o bastante, a ordem se restabelece no sistema familiar e o amor pode voltar a fluir livremente.

No próximo artigo falarei sobre como a consciência funciona e deste modo entender o que nos faz sentir culpados.

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About the author

Sonhador nato, psicólogo provocador, apaixonado convicto, escritor de "Como se libertar do ex" e empresário. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas medita, faz dança de salão e lava pratos.

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