Devoradora de Homens
ATENÇÃO: Existe um tipo de mulher que circula nas grandes cidades (não só nelas) que costuma atacar homens desprevinidos.
São bonitas, bem sucedidas, charmosas ao extremo, parecem até inofensivas. Mas não durma no ponto, corrijo, não durma com ela. Ali, exatamente naquele momento, sua vida pode se tornar um pequeno grande tormento.
Esse tipo de mulher bonita passou por anos de treinamento afiado para decodificar todas senhas sociais que abrem portas e facilitam caminhos. Sabe como usar a simpatia e um jeitinho doce de falar que corrompe qualquer segurança de balada, manobrista de estacionamento ou porteiro de prédio. Pior que espiã russa.
Ela sabe usar o traquejo na hora certa para excitar a vaidade de um homem a ponto que ele ceda e ela saiba que ganhou o jogo.
Se especializou na arte de identificar homens carentes que caiam fácil na sua teia. Ela se faz de boa moça, deixa o cara doido por ela (presentes, elogios, eu te amo incluso no pacote) e então começa a descascar a alma do infeliz até um ponto que ele sai torto, deprimido e humilhado. Suas táticas: criticar pequenos gestos com um sorriso no rosto, sumir sem explicações, negar sexo numa hora que chega a ser cruel e finalmente dizer para ele: “você é ótimo e tal, mas não rola, acho que falta química, sei lá!”
Costuma estar entre amigas feias que a tratam como uma referência de estilo de vida ou entre os amigos gays (só uma constatação, sem preconceitos) que a tratam como purpurina rara, a diva da balada alternativa. Quando resolve ter amigas do mesmo naipe é guerra na certa, depois de sustentarem aquela fina casca de gentilezas falsas, diante do primeiro escorregão ela é crucificada. Aquele moralismo escondido em comentários ácidos se volta contra ela. Daí a solidão dessa serial killer de corações, ela nunca sabe o que é um sentimento de verdade.
Quando ela encontra um jogador à sua altura pensa que está apaixonada, mas na verdade só está jogando regras batidas. Já sabe que o cara vai ser malandro a ponto sacar a arapuca e desaparecer na hora certa. Game Over!
Seus disfarces foram tão bem montados que ela se perdeu de si mesma e já não reconhece a própria face. Diz para si mesma que não sabe onde está errando que faz tudo certo, mas só encontra caras bobos ou malandros. Esse é o seu engano, faz tudo certo. Tudo para escapar de si mesmo e sua vulnerabilidade.
Essa mulher tão segura de si, no fundo está com medo de tudo, muito medo. Seu desespero silencioso não é notado por ninguém, pois todos a idealizam ou desejam e sequer conseguem olhar para os seus olhos tristes e dizer “venha cá, eu te amo pelo que você é, pare de simular!”
Mas não tem problema, se algum problema acontece pode recorrer ao seu pai querido, “a paixão de sua vida”!
Pode ser detida?
Só ela pode responder…
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