O amor é um negócio lucrativo
Vou contar uma verdade dura sobre o amor, portanto, você pode simplesmente fechar esse texto e seguir tranquilo ems ua vida pacata e cheia de devaneios românticos. Vou esperar um pouco até você fechar…
Você acha que não especula...
Fecha lá…
Não fechou?
Então não reclame!
O amor que costumamos sentir é muito mais parecido com uma bolsa de valores do que com um filme bonito e romântico.
Ao contrário do que se pensa não amamos de forma desprendida e desinteressada. Isso está na categoria de santidade-ficção.
Você e eu estamos na grande roda da vida para ter satisfação dos nossos anseios, goste ou não de admitir isso. Há quem tenha absoluta dependência química de sair vencedor e recompesado em qualquer situação que entra. Outros tem uma resistência maior e conseguem esperar sua gratificação com mais parcimônia. Mas qualquer um, sem exceção entra numa história que tenha o mínimo de possibilidade de vingar.
No amor ocorre o mesmo. Existe um número de valores e características que você adota como algo valioso para você. Esse é seu filtro na hora em que busca uma pessoa amada. Na medida que um relacionamento progride você vai selecionando e arquivando o tipo de postura que considera adequada ou não nessa pessoa.
Na medida que você percebe um valor preenchido seu “coração” da uma ticada no check-list e o valor de mercado daquela pessoa cresce no seu mercado de ações.
Na bolsa de valores se você acredita que uma empresa irá prosperar você investe nela e compra alguns títulos e isso propicia que ela ganhe chance de produzir mais e você receber parte dos lucros dessa empresa.
Se a empresa que você apostou não se mostra muito realista e você descobre que ela não vai bem das pernas o natural para alguns é vender suas ações. E com menos ações compradas essa empresa pode diminuir o ritmo de crescimento e as vezes fechar as portas (não é comum).
Se um relacionamento é baseado em especulações de valor acontece o mesmo. Na medida que você investe e aposta que haverá prosperidade o relacionamento cresce porque irá fortalecer seu senso de importância.
Ninguém quer ser visto como alguém que investe numa empresa falida, ou seja, estar associado à uma pessoa com alto valor me agrega o mesmo, mas caso contrário minha recompensa é baixa.
O que sustenta uma relação na maior parte das vezes é o nível de reforço social e/ou psicológico que o casal recebe mutuamente. Manter um relacionamento pressupõe que ambos se cuidem e mantenham um nível de vivacidade razoável a fim de recompensar o investimento do outro.
Quando uma relação acaba a sensação é que você foi feito de bobo porque investiu num relacionamento que não durou e porque não recebeu os “lucros da empresa”.
Acho que enquanto olharmos o relacionamento como uma grande negociata emocional que gira em torno de recompensas e vaidades emocionais o resultado continuará o mesmo, medíocre.
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