Eu te amo, mas não gosto mais de Você
* Por Frederico Mattos
Há certos relacionamentos que simplesmente chegam numa fase de exaustão emocional. Anos de convívio que se traduziram em muita história e bagagem pessoal.
Ambos criaram raízes na vida um do outro, enfrentaram muitos problemas e caminharam juntos por uma longa jornada. Alguns tiveram filhos, compraram casa, passaram muitas festas de natal e aniversário juntos, cada momento profundamente conectado na história do outro.
Se amam, sem dúvida, por todo o contexto e história, mas já não gostam mais da pessoa que amam. Quando olham o tipo de pessoa que o outro se tornou sentem que não combinam, não encaixam e não se desejam.
Cada novo dia é um sufoco, uma asfixia e um desassossego interminável, digno de domingo à noite. A pessoa sente que a sexta-feira nunca chega e passa dias, semanas, meses e anos esperando um milagre acontecer.
Chega a bloquear em seus pensamentos o desejo de ver a outra pessoa morta (mas de causas naturais) para não sentir tanta culpa.
A coragem de se despedir é quase mínima e o sentimento de fracasso pessoal é enorme. Nem trair a pessoa consegue, pois seu combustível emocional é bem pequeno até para ter desejos próprios.
À noite olha para o lado e gostaria de desejar o marido que tanto ama, mas não deseja e nem admira mais aquele homem descuidado e monossilábico que ronca todo dia ao seu lado sem sequer desejar uma boa noite com um beijo afetuoso.
Ele olha aquela mulher acima do peso e descabelada saindo na ponta do pé do chuveiro e se indaga: “onde está aquela mulher dinâmica que me tirava o fôlego?”
Ele só se recorda que em algum momento se despediu dela e de si mesmo, mas não sabe onde.
Eles se perderam de si mesmos num labirinto de distrações cotidianas. Quando tiraram a cabeça para fora já estavam tão diferentes que não se reconhecem.
Mas há também aqueles jovens casais que num curto espaço de tempo revelaram o pior de si para o outro. Deixaram que o comodismo, a preguiça e o orgulho dominassem a relação e criassem um mofo amoroso em forma de brigas, desinteresse e malemolência.
Perderam o brilho no olho e apesar de sentir que poderiam passar uma vida inteira juntos sabem que queimaram todo o combustível, que o carro do amor está prestes à parar no meio da estrada e que nenhum guincho conseguirá resgatá-los.
Isso tudo faz chegar numa pequena grande conclusão: que o amor é algo que se faz diariamente e não algo que se sente. E se você não consegue construir sua vida de casal em conjunto com a vida do outro é muito provável que aquele pequeno desvio de 1 grau para a esquerda que deu no percurso inicial se torne um abismo sem volta com o passar dos anos.
Amor sozinho não basta é preciso amor em ação!
_________________________________
______________
* Frederico Mattos: Sonhador nato, psicólogo provocador, autor dos livros “Relacionamento para leigos (série For Dummies)[clique]“, “Como se libertar do ex” [clique aqui para comprar] e “Mães que amam demais”. Adora contar e ouvir histórias de vida. Nas demais horas cultiva um bonsai, lava pratos, oferece treinamentos de maturidade emocional no Treino Sobre a Vida e se aconchega nos braços do seu amor, Juliana. No twitter é @fredmattos e no instagram http://instagram.com/fredmattos – Frederico A. S. O. Mattos CRP 06/77094
Inscreva-se para receber meus e-mails
Outros artigos relacionados
11 semelhanças entre um homem e uma mulher 1a E 2a parte
Como funciona a química de um relacionamento amoroso
Como voltar a ter confiança depois de tanta desilusão amorosa?
Você nunca mais vai amar do mesmo jeito
Por que meu relacionamento acabou?
Como exorcizar da sua vida alguém que se relacionou amorosamente?