Pare de (se) controlar
Se existe algo demoníaco no comportamento humano eu diria que é a necessidade de controle.
A pessoa possuída por essa necessidade é movida por uma angústia sem nome. Ela tem a sensação que se não tiver tudo sob sua guarida ou ação algo muito catastrófico irá acontecer.
O controlador pode adotar várias máscaras.
- Aquele que ajuda – controla criando débitos morais sobre os outros. Não consegue receber e está sempre interessado nos problemas dos outros. Dificilmente no seu próprio.
- O certinho – controla o ânimo dos outros se adequando às regras, obedecendo ordens e se submetendo ao grupo e a escolhas alheias. Domina de forma passiva.
- O dominador – controla dando ordens, subjugando e mandando no destino das pessoas.
- O ciumento – controla inibindo a ação, o prazer e o bem-estar do outro.
- O curioso – controla obtendo, barganhando e divulgando informações secretas.
- O vingativo – controla o maior ou menor grau de dor que inflinge à outra pessoa.
- O chantagista – controla os outros através de culpa e apego emocional.
- O moralista – controla os outros dizendo o que é certo e sendo uma fonte de domesticação.
- O chato – controla sendo inconveniente e inadequado.
- O tímido – controla internamente suas reações para que as pessoas tenham uma boa impressão dele.
- O esquisito – controla pela excentricidade e o impacto que causará nos outros.
- O ansioso – controla as reações dos outros tentando se antecipar às reações de forma agradável.
- O deprimido – controla os outros induzindo à culpa pelo mundo dele ser tão ruim.
- O descolado – controla seu mundo interno fingindo para si que nenhuma reação dos outros o afeta.
- O maluco – controla criando uma realidade própria e completamente cindida do mundo.
- O romântico – controla o mundo por meio de fantasia e idealização das coisas, se negando a olhar tudo como é.
- O tarefeiro – controla sendo eficiente, pró-ativo e tendo um desempenho de alta performance para que ninguém tenho o que falar dele.
- Perfeccionista – controla tentando fechar todos os espaços, lacunas e falhas para que não fique refém de nenhuma situação.
- Vagabundo – controla a realidade pela não-ação, se abstraindo dela e deixando que os outros se preocupem no lugar dele.
- Estar num relacionamento – controlar uma pessoa em específico.
- Estar sozinho – controlar tudo o que chegar até você como se fosse um pedágio ambulante.
A grande questão é que o próprio controlador está paralisado no seu controle. Aquela sensação de falta de liberdade existencial que sente é resultado dessa tentativa constante de catalogar e gerenciar a vida como se fosse uma tabela de números.
Então, qual a melhor maneira de diminuir a necessidade de controle? Ampliando os horizontes e abrindo espaço para que novas realidades surjam. E acima de tudo perceber aliados onde antes só havia inimigos, sem oposição.
Fácil? Não.
Possível? Talvez.
Recompensador? Sempre.
*
Esse é o sétimo texto da série PARE:
Já tivemos o Pare de bater Punheta, o Pare de drama emocional, o Pare de reclamar, Pare de ajudar, oPare de (se) justificar e o Pare de (se) corrigir
Os próximos são
Pare de (se) machucar
Pare de (se) acusar
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