PARE de (se) justificar
Qual o grande problema das pessoas que se justificam?
Tudo tem uma justificativa para elas.
Costumo fazer uma bela diferença entre explicação e justificativa.
Explicação é tentar partir de um fato e conduzir o raciocínio até as causas das causas dele.
Justificativa é a tentativa de tornar aceitável um acontecimento desagradável ao encontrar as suas causas.
Tem coisas que são explicáveis e não justificáveis.
Portanto, não precisa justificar, apenas assumir o que aconteceu.
Esse é um hábito contra o qual relutei. Minha capacidade de me justificar podia deixar qualquer pessoa maluca.
“Fred, esse copo quebrado aqui foi você?”, e meu impulso inicial era dizer “Sabe o que acontece…”.
Seria mais simples responder, “sim, fui eu, vou repor em breve!”
Fim de papo, sem drama, sem reclamação, sem autopiedade e apenas ação.
Em 2011 me comprometi a extinguir essa mania. Tenho tido bons resultados.
Já percebi também que algumas pessoas desenvolveram requintes nesse hábito.
Fazem alguma coisa e logo comentam a si mesmas: “nossa, que idiota o que eu falei!”
“Sério? Não achei!”
E agora?
O sujeito comentou a si mesmo e tirou o direito de que os outros tivessem as suas próprias opiniões.
Meu amigo Guilherme falou de uma postura sábia de sua mãe quando ele tentou se explicar quando pequeno ao errar um lance no jogo de taco: “Não se explique, filho, apenas jogue!”
Apenas faça, sem falatório, sentimento de culpa, comentários de autodepreciação ou tentativas de justificar o injustificável.
Se fez algo que alguém considerou errado ou maldoso, assuma o que fez, se retrate, repare o estrago da melhor maneira possível e siga em frente.
Todos nós somos tomados vez ou outra por impulsos egocêntricos, admitir isso é sinal de maturidade e não de pequenez.
Tentar justificar uma ação egoísta tentando culpar as circunstâncias é deprimente.
Normalmente fazemos isso, a culpa é sempre de algo que não tem nada a ver conosco.
Isso torna a justificativa algo desagradável, ela tenta tirar a autoria dos fatos. O protagonista tenta mostrar que sua intenção não foi prejudicar o outro e que não pensa só em si mesmo.
Sim, na maior parte do tempo você pensa só em si mesmo. Se você puder fazer um só favor para si mesmo em toda a sua vida é assumir isso, sem justificativa.
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Esse é o quinto texto da série PARE:
Já tivemos o Pare de bater Punheta, o Pare de drama emocional e o Pare de reclamar
Os próximos são
Pare de (se) machucar
Pare de (se) corrigir/consertar
Pare de (se) controlar
Pare de (se) acusar
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