“Vai ficar para Titia!” – o drama das solteironas
Você já foi chamada de encalhada?
Hoje em dia esse é um assunto tabu e supostamente superado, mas a minha visão é que ainda existe muito medo por parte das mulheres entre 25 e 35 anos de não se casaram e terem filhos.
A revolução feminista aconteceu, vem se solidificando e, no entanto existe ainda uma dimensão subliminar impregnada no inconsciente de uma mulher que nenhuma feminista convicta consegue arrarcar de si.
O homem ainda é o centro psicológico de suas inquietações.
Observe a pauta das conversas no cotidiano. Ouça o que as mulheres falam, em algum momento o assunto recai sobre a questão de relacionamento amoroso ou a falta dele.
Ainda que o discurso vigente seja da mulher independente financeiramente, emocionalmente livre e sexualmente emancipada o seu desejo de se sentir parte de um relacionamento não diminuiu.
Algumas até se esforçam para manter o assunto em torno de vida, filosofia, música e artes. Mas o coração continua pulsando teimosamente e perguntando “será que vou ficar para titia”?
A ideia de ser solteirona soa engraçada, pois é quase uma maldição rogada sobre alguém.
Apesar da mulher estar mais segura de seu papel no mundo do ponto de vista financeiro, social, político e psicológico, ainda existe uma aflição silenciosa que não a abandona:
“quero ser mãe e ter um companheiro ao meu lado.”
Não quero dizer com isso que eu concorde ou incentive isso, mas é o que eu observo.
A ideia popular da solteirona é de uma mulher com má aparência, amargurada, reclamona e cheia de traumas. Nem sempre é assim.
Penso também nas mulheres que ficam sozinhas e não conseguem ter filhos sem que tenham escolhido isso.
Parece que algo dentro delas está velado, proibido e impedido.
Em algumas noto um pacto inconsciente com a figura do pai.
Aquela imagem intocável do homem forte, respeitoso e inatingível ou do homem fracassado, fraco e impotente. O filtro dessas mulheres alcança níveis de criteriosidade que nenhuma criatura viva passaria no teste.
Essa mulher costuma alegar que os homens não prestam, mas seu bloqueio emocional cria uma cegueira psicológica em que só selecionam homens que manifestam traços de instabilidade pessoal.
É como se dessem o tiro sempre no lugar errado, mas se queixam que já não se fazem presas como antigamente.
Esse tipo de dinâmica de fixação com a figura paterna é muito comum e nem sempre percebida numa autoanálise.
Na interação com os homens é como se ela estivesse emocionalmente comprometida…
O homem não entende porque, mas sente uma repelência que nem ele sabe explicar. E as vezes o que a mulher chama de escolha não é uma escolha, mas uma mera compulsão inconsciente de uma fixação familiar que ela não tem consciência.
Entre o desejo e a realidade pairam fantasmas que nenhuma teoria do mundo consegue superar.
A saída nem sempre é simples… Se é que a mulher realmente quer uma saída.
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