Carta sobre a vida #2 – Ódio da mãe
Tenho uma antipatia absurda por minha mãe pelo que ela fez da vida dela, pelo que ela fez comigo. Tenho muito medo de ficar como ela, infeliz, amargurada e cheia de remorsos. Tenho um relacionamento ótimo com meus filhos e creio que com eles está tudo bem, mas diante da vida, me pego tendo comportamentos parecidos com os dela. Sei que isso é o normal de acontecer, como um clico vicioso que não se rompe, mas EU preciso romper isso.
Ela acha que o mundo está contra ela, que ela é melhor que todo mundo e que todos querem humilhá-la, riducularizá-la, fazem macumba, tem inveja essas coisas. Minha filha estuda numa fundação, que todos consideram como escola particular, pelo status e tal. Na formatura da minha filha, quando saímos da missa ela disse: “povo horroroso!!”
Ficamos em choque, eu e os meninos, tinha tanto ódio na voz dela. Esses pensamentos eu não tenho, mas essa coisa de me sentir menos, de não conseguir me ajustar está muito evidente. Estou ascendendo socialmente, mas não consigo frequentar certos círculos sociais com naturalidade e creio que boicoto minha vida financeira para não ter de sair do conforto da miséria em que fui criada. A formação de psicólogo na minha região é uma merda, sou capaz de explicar as coisas pra eles, sei que tenho de fazer terapia, mas é óbvio que boicoto o povo, né? Bem, tem alguma solução, além do: vc precisa de terapia?
Sobre mães
Vamos por parte, sua mãe me parece ser uma mulher emocionalmente entoxicada pelas experiências ruins da vida. Claro que existe muita história por trás de sua repulsa. Mas é bom esclarecer, caso alguém ainda tenha dúvida, mães não são santas.
Percebo em suas palavras que ainda sente uma certa culpa por sentir raiva, desprezo ou ódio pela sua mãe. Você a descreve como uma pessoa invejosa e cheia de rancor. Pessoas assim costumam ser bem difíceis de conviver.
Ciclo de autossabotagem
Você teme que o ciclo se repita e que venha a se tornar parecida com ela. A probabilidade disso já ser realidade é grande, afinal ela foi o modelo no qual orbitou sua mente até hoje. Concordando ou rejeitando o seu referencial continua sendo o dela. Se você é um espelho ou um contra-espelho, ainda assim ela é a imagem referência. O modelo mental está restrito nela.
Sentimento de menos valia.
Por conta de inúmeras críticas que recebeu internalizou frases de comando “você não presta”, “não amo você!”, “tenho vergonha do que você se tornou!”. Essas frases se instalam como discos que ficam girando e tocando a mesma música. Identificar essas vozes internas é o primeiro passo para substituí-las. Depois é fundamental criar um novo modelo mental em torno das frases de ordem que recebeu. Você precisa renovar suas ideias assistindo filmes, lendo livros que mudem seu modelo mental. Recomendo “O segredo da mente milionária”, parece bobo, mas ajuda a redimensionar a visão restrita que temos sobre o dinheiro.
Script
Esses comandos que recebeu ao longo do tempo podem ter rendido um direcionamento inconsciente para a sua vida. Provavelmente determinaram sua profissão, escolhas amorosas e modo como lida com as pessoas. “A riqueza é perigosa”, “se contente com pouco”, “você não deveria ter nascido”. São tantas as possibilidades… Recomendo o livro “Eu estou OK, você está OK”.
Quanto a colocar os psicólogos no bolso, tente experimentar um pouco mais de tempo de terapia, afinal a sensação de já saber de tudo da sua vida pode ser mais uma armadilha da sua mente que a impede de conhecer-se realmente!
Exercício
Experimente um exercício de imaginar-se de frente para sua mãe e simplesmente olhe em seus olhos sem esperar receber nada dela. Sem julgamento, comparação ou exigência. Apenas olhe e sinta o laço de vida que a conecta a ela. Esse é o começo das mudanças!
Obviamente isso não é terapia ou análise, mas um comentário superficial de um fenômeno que poderia pertencer a todos nós.
Se você quer ver sua carta respondida, siga as instruções contidas aqui.
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