Vida ideal e Vida real
Cada dia mais eu penso uma coisa sobre as insatisfações humanas: nem sempre tudo ocorre como gostaríamos.
Existe o que é real e o que idealizamos.
A idealização é fatalmente levada ao fracasso, pois é impossível que algo se mantenha na medida do esperado por dois motivos. Primeiro, não suportaríamos o bem estar sem fim, o segundo é não é possível congelar a felicidade.
O grande problema da idealização é que sempre acontece num cenário imutável. A própria ideia de paraíso é assim, um lugar cheio de nuvens com anjos plácidos tocando arpas em um mundo de amor mútuo.
Na vida cotidiana tudo é estranho, fora de ordem incômodo, inquieto, injusto, desigual, imoral e bagunçado.
Nada fica no lugar que deixamos, os movimentos não cessam, os sentimentos mudam, os equilíbrios se rompem, as realidades se alteram, as proporções variam e o caos impera. Simples assim.
Mas no mundo ideal tudo é estático e pálido.
Imagine se você estivesse prestes a se casar com a pessoa dos seus sonhos e descobrisse que não a ama mais a poucos dias da cerimônia.
Imagine que percebe que sempre trabalhou em algo que acreditava trazer felicidade e se dá conta que foi uma farsa.
Nem sempre os nossos sentimentos e vontades são coerentes como gostaríamos. Na maior parte das vezes não são.
Então entramos numa briga interna para tentar ajustar o que achamos que é ideal dentro da realidade. Resultado: frustração, insatisfação e vida fraca.
Se aprendêssemos a respeitar e tentar sustentar nossos sentimentos mais contraditórios talvez tivéssemos uma vida razoavelmente feliz. Razoavelmente, porque afinal felicidade pura daquelas mais puras é um pouco enganação que a gente inventa. rsrsrs
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